Conhecida como ‘Menininha’, cachorra deu à luz três filhotes, mas um morreu. Cadela foi adotada após uma campanha nas redes sociais que mobilizou até delegado por ela ser ‘exemplo de persistência e fidelidade’.
A cadela que ficou mais de um mês na porta do hospital a espera do dono que morreu com Covid-19, teve de passar por um parto de emergência e deu à luz três filhotes em Nerópolis, na Região Metropolitana de Goiânia. O produtor rural Donato Prado, que adotou a cachorra, ficou com um dos cãezinhos e busca um lar para o outro.
“Menininha”, nome que ganhou dos profissionais do hospital em que ela esperava o dono, foi adotada após uma campanha nas redes sociais. Até o delegado da cidade, André Fernandes, se mobilizou com a história e gravou um vídeo sobre a situação dela.
“Menininha é exemplo de persistência e fidelidade”, disse o delegado.Assim que assistiu à gravação, Donato decidiu ajudar.
“Estava no Mato Grosso e vi o vídeo do delegado, aquilo me chamou muita atenção. Eu jáestava querendo uma companhia para minha outra cachorrinha, a ‘Maria Fifi’. Me emocionei muito, lembrei do filme ‘Sempre ao Seu Lado’. Falei: ‘Se ninguém adotá-la até domingo, dia que chegaria da viagem, eu ficarei com ela”, contou.
Donato explica que, durante o processo da adoção, a cadela foi levada a uma clínica veterinária, onde descobriram que a ela estava grávida e com “doença do carrapato”. A veterinária Denise Maia contou que, após exames, foi identificado que os filhotinhos estavam comprometidos e que a melhor saída seria a cirurgia. A cesariana durou 1h30.
“A gente descobriu que ela estava com 51 a 53 dias de gestação. Os fetos já estavam com os batimentos cardíacos diminuindo”, afirmou a veterinária.
Donato explicou que a equipe da clínica se dispôs a fazer o parto de graça e que ele arcou com os custos de anestesia e internação da cadela, cerca de R$ 800. Ela deve receber alta nesta segunda-feira.
Espera pelo dono Segundo a auxiliar de limpeza do hospital, Daniela Barbosa, a cadela ficou cerca de 30 dias na porta do Hospital Sagrado Coração de Jesus esperando pela volta do dono, que foi internado no local com Covid-19 em fevereiro, mas não resistiu.
“Ela chegou junto com o dono. Quando o dono foi para a sala de internação, ela chegou a entrar várias vezes dentro do hospital atrás dele, e a gente tinha que colocá-la para fora. Até que o dono subiu e foi para a UTI. Com isso, ela não saiu mais da porta, e nós ficamos cuidando dela”, contou Daniela.
Até a cadela ser adotada, Daniela e outros funcionários do hospital davam água e comida para Menininha todos os dias, além de carinho.