Comandante da PM-DF é exonerado após tomar ‘xepa’ da vacina contra Covid-19

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Comandante da PM-DF é exonerado após tomar ‘xepa’ da vacina contra Covid-19
03-04-2021
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Fontes ligadas ao Palácio do Buriti afirmam que coronel Julian Rocha Pontes, de 48 anos, furou fila da imunização; ele nega irregularidade. Doses remanescentes são voltadas para forças de segurança na linha de frente.

O comandante da Polícia Militar no Distrito Federal (PMDF), o coronel Julian Rocha Pontes, de 48 anos, foi exonerado após tomar a “xepa” da vacina contra a Covid-19. A informação sobre a saída do militar foi confirmada  pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e publicada em edição extra do Diário Oficial nesta sexta-feira (2).

Fontes ligadas ao Palácio do Buriti disseram à reportagem que membros da alta patente da PMDF receberam as doses remanescentes da vacina contra a Covid-19 na última terça-feira (30), um dia após a secretaria de saúde mudar a regra a aplicação das “xepas”

“Não houve [irregularidade]. Eu não furei fila. Tomei as remanescentes. Não desobedeci a critérios da vacinação. Tomei… Após aquelas sobras após as 17h”, disse Julian.

O ex-comandante reforçou durante à tarde desta sexta que “apesar de poder ser classificado como inoportuno, tal ato [de vacinar] não foi ilegal” e que “em nenhum momento furou os critérios estabelecidos para a vacinação”. Julian ressaltou ainda que tomou a dose remanescente sob “a coordenação de um funcionário da Secretaria de Saúde”.

As unidades que sobram no fim do dia são destinadas a profissionais das forças de segurança pública que atuam na linha de frente do combate à pandemia. O início da vacinação geral para força da segurança pública, está marcada para começar nesta segunda-feira (5). (Veja mais abaixo).

Julian disse ainda que recebeu a ligação do secretário de Segurança Pública do DF, Júlio Ferreira, durante a manhã, quando foi informado da saída. A edição extra do Diário Oficial nomeia o coronel Márcio Cavalcante de Vasconcelos para assumir o posto de comando da corporação.

Doses remanescentes

A “xepa” é o que sobra de doses da vacina após abertas. Cada frasco da CoronaVac contém 10 doses, que precisam ser aplicadas em até 8 horas no máximo. Já o imunizante Covishield, contém 10 doses e duração de 6 horas.

No dia 29 de março, durante coletiva à imprensa, o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, afirmou que trabalhadores “mais velhos” terão prioridade no recebimento das doses remanescentes. “Se tiver uma dose e dois policiais de escolta, essa dose vai ser usada para o profissional mais velho”, disse.

Um documento da Secretaria de Saúde considera policiais na “linha de frente”:

  • militares que fazem a escolta das vacinas
  • policiais que fiscalizam o horário de funcionamento do comércio e no combate a aglomerações
  • aqueles que acompanham a vacinação, na organização do trânsito dos “drive-thru”
  • militares nos atendimentos pré-hospitalares (que fazem a segurança das unidades básicas de saúde (UBS).)

Forças de segurança

A Secretaria de Saúde informou nesta sexta, que a vacinação dos membros das forças de segurança começa na segunda-feira (5).

Ao todo, 2.237 doses da vacina contra o coronavírus foram disponibilizadas para esse público. “A prioridade é para trabalhadores que atuam no transporte de pacientes, resgate pré-hospitalar e ações de vigilância ao lockdown”.

“A organização e postos para aplicação das doses serão definidos de acordo com o plano interno de cada órgão e deverá levar em conta critérios como idade e maior exposição ao risco de contágio e transmissão”.

No dia 27 de março, policiais federais, que não atuam na linha de frente da pandemia entraram na fila da vacinação em um posto drive-thru, no Sudoeste. Ele alegaram que tinham direito ao atendimento por meio da xepa.

Na ocasião, policiais federais citaram uma circular publicada no dia anterior, sexta-feira (26), que mencionava os profissionais de segurança na lista de categorias que poderiam receber a sobra de vacinas. No entanto, o documento coloca os profissionais de segurança em posição abaixo de outras prioridades, como trabalhadores da saúde e idosos.

A profissional de saúde que atendeu o grupo, de quatro agentes da PF, afirmou que eles foram “incisivos” e diziam que “não iriam sair da fila”. Na ocasião, foi preciso intervenção da Polícia Militar do DF, que prestava a segurança do posto, para que os agentes deixassem a unidade (ouça acima).

Contato: (62) 992719764
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