Estudante denuncia que equipe esqueceu compressa dentro da barriga dela após cesariana

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Estudante denuncia que equipe esqueceu compressa dentro da barriga dela após cesariana
28-11-2024
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Objeto estranho só foi descoberto cinco meses após o parto. Durante cirurgia de remoção, ela perdeu parte do intestino.

Uma estudante de 25 anos denunciou que ficou com uma compressa no abdômen após fazer uma cesariana no Hospital Municipal do , no norte de Goiás. Mariana Silveira Neves fez o parto em 5 de abril de 2024, mas só em setembro conseguiu identificar o objeto estranho que causou dores abdominais durante cinco meses.

A cirurgia de remoção da compressa foi realizada no dia 15 de setembro. Até então, a jovem realizou consultas e exames que não apontavam a causa da dor e do inchado abdominal que ela apresentava.

Solicitamos  um posicionamento da Prefeitura de Nova Crixás por e-mail na tarde de quinta-feira (28), mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

De acordo com Mariana, foram necessárias duas incisões para que a equipe médica localizasse o corpo estranho, que, até então, não sabiam o que era.

“Abriram [o local da] cesariana e não estava lá. Aí, teve que cortar a minha barriga. Eles falaram que estava colado no intestino”, contou a jovem.

Inchaço causado pela gaze e cicatriz na barriga de Maniana Neves, em Goiás — Foto: Arquivo pessoal/Mariana Silveira Neves

De acordo com Mariana, só ao abrir o abdômen a equipe médica identificou que se tratava de uma gaze. A jovem perdeu parte do intestino e uma trompa de falópio no procedimento de remoção da gaze. Ela ficou três dias na UTI e só soube o que havia acontecido algum tempo.

“Demoraram a me contar. Fiquei bem triste. Não esperava ficar com uma cicatriz grande assim. E fiquei mais triste ainda quando soube da perda da trompa”, declarou a jovem.

Mariana registrou ocorrência contra o médico que fez o parto. De acordo com a delegada Fernanda Simão de Almeida, ele já foi ouvido e que tudo correu bem com cesariana.

“Ele [o médico] alega que a cirurgia dela correu dentro do procedimento e que não teve intercorrências”, afirmou a delegada.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa do médico denunciado até a última atualização desta matéria.

A Polícia Civil ainda está ouvindo testemunhas e aguarda o laudo da perícia feita pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica.

Parto e dor

Mariana Neves disse que foi ao hospital em trabalho de parto e que pediu por um parto normal.

“Chegando lá, eu estava dilatando já para ter parto normal, só que aí o médico não quis esperar e falou para fazer a cesariana. Ele falou que era para eu não ficar sofrendo de dor”, narrou a estudante.

De acordo com a jovem, as dores na barriga começaram assim que acabou o efeito da anestesia. Ela chegou a pensar que havia algo de errado com o útero.

“Depois que eu tomei banho e tudo, não consegui nem andar de dor. Até reclamei para as enfermeiras que tinha dor e algo me incomodava ao andar”, contou.

Mariana teve alta no dia seguinte e foi para casa com a informação de que a dor era normal e que iria passar.

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