Família diz que trabalha em regime análogo à escravidão em fazenda

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Família diz que trabalha em regime análogo à escravidão em fazenda
05-03-2015
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Eles afirmam que moram ao lado do chiqueiro e já passaram fome, em GO.
Patrão alega que homem não é seu funcionário e não deve nada a ele.

Trabalhadores rurais denunciam que trabalham em regime análogo à escravidão em uma fazenda de Hidrolândia, na Região Metropolitana de Goiânia. Eles afirmam que vivem em um cômodo ao lado de um chiqueiro, já passaram fome e estão com o salário atrasado.

O homem se mudou com a mulher e os três enteados há dois meses para o local. Ao visitar a filha, nesta semana, a dona de casa Maria Teodoro Lima Filha se revoltou com a situação e procurou a Polícia Civil. “Eles foram tratados pior que bicho, porque pelo menos com os bichos dele tinha um pouco de cuidado e com eles não, com os bichos pelo menos ele estava dando comida e tinha local de os bichos ficarem e eles não tinha, ficavam juntos com os porcos”, diz a avó.

Os trabalhadores rurais contam que a proposta dos proprietários da fazenda era de que a família teria uma casa para morar e que o homem receberia R$ 1,5 mil por mês de trabalho.

“Ele [marido] estava no município de Nerópolis trabalhando. Eles ligaram para a gente, prometeram coisa que não cumpriram e agora a gente está com fome, não tem para onde ir, não tem dinheiro para pagar aluguel, não tem nada”, afirma Cleide Teodoro Lima.

Ao chegarem à propriedade rural, o casal constatou que o imóvel que abrigaria a família se trata de um paiol, onde ficam guardadas as rações dos animais. “A gente chegou de noite e foi limpar para poder dormir”, se recorda Josiel Queiroz dos Santos. A mulher alega que o lugar que tem para cozinhar é dentro de um chiqueiro.

Família afirma que precisa cozinhar dentro de chiqueiro em fazenda de Goiás (Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

O trabalhador rural afirma que só recebeu o primeiro mês do salário combinado. Segundo Josiel, o fazendeiro afirma que não o pagou porque o empregado possui dívidas com ele.

Por telefone, o proprietário rural negou as acusações. Ele afirmou que Josiel não é funcionário dele, pois tirava o leite pra ele beber, e que não o deve. Além disso, nega que na propriedade tenha paiol ou chiqueiro, pois, segundo ele, a família estava abrigada na casa da fazenda.

O superintendente do Trabalho em Goiás, Arquivaldo Bites, tomou conhecimento do caso e afirmou que, inicialmente, pode-se dizer que o trabalho é degradante.  “As condições de trabalho e de alojamento são inapropriadas para o trabalhador. É possível ser caracterizado como trabalho escravo, mas não dá para afirmar isso previamente”, disse.

Bites informou ainda que uma equipe do órgão vai vistoriar a fazenda. “Vamos deslocar uma equipe da auditoria fiscal para a análise detalhada in loco, porque assim prevê a legislação”, garantiu.

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