Familiares de médicos se passam por funcionários de hospitais para serem vacinados contra a Covid-19 em Ceres, diz promotor

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Familiares de médicos se passam por funcionários de hospitais para serem vacinados contra a Covid-19 em Ceres, diz promotor
11-02-2021
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Investigação aponta que noiva de médico, pai e mãe que são fazendeiros receberam a vacina, enquanto idosos do grupo prioritário não foram imunizados. Prefeitura diz que vai apurar a denúncia.

O promotor de Justiça Marcos Alberto Rios (MP-GO) de Ceres , na região central do estado, abriu um inquérito civil público na terça-feira (9) para investigar familiares de médicos que se passaram por funcionários de hospitais particulares para receber a vacina contra a Covid-19 de forma irregular. Essas pessoas não pertencem ao grupo prioritário que está sendo vacinado nesta etapa. Ao menos 15 foram identificados como noiva de médico, primos, pais e mães. Eles foram colocados em uma lista como funcionários sem de fato exercerem qualquer função na área hospitalar.

A prefeitura de Ceres informou em nota, nesta quarta-feira (10), que vai investigar a denúncia sobre pessoas vacinadas fora do plano de vacinação. “Os gestores vão apurar as possíveis irregularidades e se houve participação de servidores do município”, diz a nota.

A investigação aponta falhas em duas frentes: dos hospitais que incluíram os nomes de familiares de médicos na lista de funcionários e da prefeitura por enviar a quantidade de doses pedida pelos hospitais sem verificar os nomes listados e deixar de fiscalizar posteriormente a aplicação da vacina.”As pessoas que andam de carro de luxo, fazendeiros da alta sociedade foram registrados na lista como se fossem da limpeza, faxineiros de hospital e auxiliares de laboratório. Nenhum deles deveria ter recebido a vacina neste momento por não serem da área de saúde”, destaca o Marcos Rios.

O promotor contou que vai pedir na Justiça, no decorrer da investigação, uma liminar com o afastamento de servidores da prefeitura que deveriam ter fiscalizado todo o procedimento e não o fizeram. Marcos Rios disse que solicitou a lista de vacinados depois de receber denúncias.

Sobre os médicos que incluíram familiares na lista, o promotor disse que pretende fazer um acordo, similar ao de Pires do Rio, para que os investigados paguem R$ 50 mil para não serem denunciados criminalmente no Judiciário.

Em Pires do Rio, o ex-secretário municipal de Saúde, Assis Silva, vacinou a própria por ser a mulher da vida dele   fechou acordo com a Promotoria para pagar R$ 50 mil como reparação pelo erro e fazer com que o processo não chegue à Justiça.

Investigação

O promotor adianta que reconheceu diversos nomes que estavam na lista dos hospitais. Ele fez uma investigação preliminar para embasar a abertura do inquérito civil público e descobriu que um médico oftalmologista tomou a vacina.

“Ele nunca viu um paciente com coronavírus. Não é da linha de frente de combate e não poderia ser vacinado neste momento. As pessoas que precisavam da vacina são funcionários do Samu, de hospitais que atendem estes pacientes infectados e os idosos”, relata o promotor.

Esse oftalmologista foi o médico que colocou os nomes do pai, da mãe e da noiva na lista de pessoas funcionárias de hospital. “A família dele é de fazendeiros. São pessoas ricas. Foi a forma que acharam de furar a fila da vacinação”, dispara o promotor.

Há ainda casos de pessoas que trabalham em hospitais, mas são de áreas administrativas e pouco contato têm com os infectados.

O promotor disse que a investigação está começando e ainda vai verificar as listas de vários outros hospitais.

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