Stephanie nasceu de um relacionamento entre Mário e Marinez Golin, uma exfuncionária da Transportes Luft, empresa que começou o conglomerado atualmente
denominado Luft Participações.
ma jovem de 24 anos, herdeira do Grupo Luft, um dos maiores do setor logístico da
América Latina, acusa o pai de fraudar seu patrimônio para reduzir a herança a que ela
teria direito. O valor estimado de sua participação é de R$ 1,125 bilhão, segundo o
advogado da herdeira. O caso é analisado desde o dia 16 deste mês pela Comarca de
Carapicuíba (SP).
Mário Luft, 77, fundador do Grupo Luft, é acusado pela filha, Stephanie Golin Luft, de
ceder bens e sociedades empresariais para “fraudar os interesses” dela na futura partilha
da herança e pagamentos de pensões alimentícias, diz seu advogado, Anderson
Albuquerque.
em contato com a assessoria de comunicação de Mário Luft, mas não
obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Herança antecipada é contestada
Stephanie nasceu de um relacionamento entre Mário e Marinez Golin, uma exfuncionária da Transportes Luft, empresa que começou o conglomerado atualmente
denominado Luft Participações.
Stephanie contesta o fato de seus meio-irmãos de um casamento anterior terem recebido
herança adiantada sem que ela herdasse nada também.
“Quero que a Justiça seja feita. Gostaria dos meus direitos preservados. Sou tão filha
quanto os meus irmãos”, disse a jovem, que hoje estuda administração na USP
(Universidade de São Paulo).
Como a antecipação da herança aconteceu
A antecipação da herança teria começado em 15 de maio de 1998 por meio de uma
“manobra”, de acordo com o advogado de Stephanie
Ilka Luft, primeira esposa e mãe dos três filhos mais velhos de Mário, recebeu parte dos
bens e cotas empresariais para, posteriormente, repassá-los a Ademar Luft, irmão de
Mário.
A partir daí, o fundador do Grupo Luft teria começado a se desfazer de bens e sociedades,
segundo a defesa de Stephanie.
Um documento de alteração contratual obtido mostra que até 15 de maio de
1998, Mário Luft possuía 66,67% da Transportes Luft. Após o repasse a Ilka e Ademar
Luft, Mário ficou com 10% da empresa
Segundo a defesa de Stephanie, Ilka e Mário saíram definitivamente da empresa em 5
agosto de 2013 ao repassarem todas as suas cotas para Ademar Luft.
Imóveis, aviões e fazendas
Mário Luft também teria transferido a seus outros filhos bens pessoais como três casas, dois aviões, fazendas, veículos e
embarcações, diz o advogado de Stephanie.
“Não há uma obrigatoriedade de o pai acrescentar um filho por ter incluído outro em uma
transferência de bens. O que se discute é que houve uma fraude de antecipação integral
da herança ao longo do tempo, uma vez que existiu a transferência do patrimônio do
Mario Luft. A Stephanie tem direito a 25% do patrimônio do pai”, disse o advogado
Anderson Albuquerque.
Débitos com pensões
O advogado também alega que há atraso no pagamento de pensão alimentícia do pai para
a filha. O acúmulo das dívidas ao longo do tempo é estimado em R$ 144 mil em valores
corrigidos, segundo cálculo do advogado
Filha de Mário Luft, do Grupo Luft, acusa pai de fraude na herança
Stephanie diz que não contestou anteriormente a partilha porque não sabia das supostas irregularidades e do tamanho do
patrimônio. Ela afirma que pensou nisso após saber do caso de Janaína Luft, ex-esposa de um dos filhos de Mário, em
. A ex-esposa alega que teria havido fraude para esconder quase R$ 5 bilhões num processo de
divórcio.