Justiça ouve PMs denunciados na Operação Monte Carlo, em Goiânia

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Justiça ouve PMs denunciados na Operação Monte Carlo, em Goiânia
31-10-2014
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Eles são acusados de envolvimento com o grupo de Carlinhos Cachoeira.
Militares recebiam para não combater o esquema de jogos ilegais, diz MP.

Policiais militares denunciados por envolvimento no esquema investigado pela Operação Monte Carlo são ouvidos pela Auditoria Militar do Poder Judiciário, emGoiânia. O processo está em fase de instrução. Os militares foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás pelos crimes de corrupção ativa e passiva, além de violação de sigilo funcional.

A Operação Monte Carlo revelou, em 2012, um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal. Segundo o Ministério Público, o esquema era comandado pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Ao todo, 28 PMs foram denunciados, mas o processo contra um deles teve os crimes prescritos. Desde quarta-feira (29), 20 policiais já foram ouvidos e não há uma previsão para o término dos depoimentos. Segundo o MP, os policiais foram recrutados pela organização criminosa, sendo corrompidos mediante pagamento em dinheiro outros benefícios para que não reprimissem o jogo ilegal.

“Eles atuavam ou na proteção das casas de jogos ou também na eliminação daqueles concorrentes e daqueles que não se ajustavam às determinações da organização criminosa. Todos eles para tanto recebiam uma contraprestação regular, eu diria semanal, pelo exercício dessa atividade, de acordo com o que consta no inquérito”, afirma o promotor de Justiça Mario Henrique Cardoso Caixeta.

Além dos militares, policiais civis e federais também foram denunciados pelo MP. Os agentes também respondem a processos na Justiça Federal, onde foram ouvidos em maio deste ano. O promotor explica que, muitos deles já estão na reserva das corporações, mas ainda podem ser condenados a penas de reclusão e, no caso dos que ainda estão na ativa, podem perder o posto ou a patente.

Operação Monte Carlo
Carlinhos Cachoeira é acusado de chefiar um esquema de exploração de jogos ilegais e corrupção em Goiás e no Distrito Federal. Ele foi preso em 29 de fevereiro de 2012 e condenado a 39 anos e 8 meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. O empresário recorreu da sentença e aguarda pela decisão em liberdade.

Além dele, outras sete pessoas também foram condenadas por crimes de quadrilha, corrupção ativa, violação de sigilo funcional, advocacia administrativa, peculato e furto. São elas: Lenine Araújo, a 24 anos e 4 meses de prisão; José Olímpio Queiroga Neto, a 23 anos e 4 meses; Idalberto Matias, o Dadá, a 19 anos e três meses; Geovani Pereira da Silva, a 13 anos e 4 meses; Raimundo Queiroga, a 12 anos e 8 meses; Gleyb Ferreira da Cruz, a 7 anos e 8 meses; e Wladimir Garcêz, a 7 anos. Todos ganharam o direito de recorrer da sentença em liberdade.

O nome de Cachoeira aparece envolvido em duas operações da Polícia Federal: a Monte Carlo e a Saint Michel. A Saint Michel é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que apurou o envolvimento de agentes públicos e empresários em uma quadrilha que explorava o jogo ilegal e tráfico de influência em Goiás.

O bicheiro obteve liberdade em 11 de dezembro de 2012, dias depois de ser preso em razão de sua condenação. Antes, ele havia ficado preso no presídio da Papuda, em Brasília, por nove meses.

CPMI no Congresso
As investigações da Operação Monte Carlo apontaram a ligação de políticos e empresários com o contraventor. Para apurar esse relação de Cachoeira com parlamentares, o Congresso Nacional instalou uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), conhecida como CPI do Cachoeira, em abril do ano passado. A CPI do Cachoeira custou R$ 167 mil aos cofres do Congresso, mas acabou em um relatório de 2 páginas, sem sugerir o indiciamento de nenhum dos envolvidos.

Após oito meses de trabalho, deputados e senadores rejeitaram o documento final elaborado pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), com mais de 4 mil páginas, que pedia o indiciamento de 46 pessoas. Os membros da CPI aprovaram um “parecer alternativo” redigido pelo deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) e ninguém foi denunciado.

Senador cassado
Entre os políticos investigados, o principal deles foi o então senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO), que acabou cassado por quebra de decoro parlamentar, em julho de 2012. Demóstenes e Cachoeira se falaram por telefone quase 300 vezes em um ano, conforme escutas telefônicas feitas durante a operação. De acordo com o relatório do MPF, ele usava o mandato a serviço dos interesses do contraventor.

Na ocasião, o advogado do ex-senador, Antônio Carlos de Almeida, o Kakay, afirmou ao G1 que as escutas da Operação Monte Carlo “foram ilegais”.

carlinhos cachoeira (Foto: globonews)

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