Adolescente foi apreendido após vizinhos gravarem áudio do crime, em GO.
Criança violentada é enteada da irmã do suspeito; todos moram juntos.
Um adolescente de 17 anos foi apreendido suspeito de estuprar um garoto, de 5, enteado de sua irmã, em Goianira, Região Metropolitana de Goiânia. A denúncia partiu de vizinhos, que ouviram gritos e o choro da criança, gravaram um vídeo e o entregaram à polícia. Na delegacia, o suspeito confessou o crime: “Ele tinha cuspido na minha cara, já era a terceira vez que ele cuspia. Me deu um ataque de raiva, eu peguei e fiz”
De acordo com a delegada Carla de Bem Monteiro, responsável pelo caso, o ato infracional gravado foi cometido há cerca de 20 dias, na mesma casa em que vítima e suspeito moravam. Além deles, viviam na casa o pai do menor e um irmão dele, de 8 anos.
“Ele foi apreendido em flagrante e o resultado do exame de corpo de delito também confirmou o abuso. O pai tinha que trabalhar e a mãe também saía às vezes pela manhã. O suspeito agia pela manhã, antes de levar as crianças para a escola, que era sua obrigação”, disse ao G1.
O depoimento da vítima também foi gravado pela polícia. A criança diz que foi violentanda cinco vezes. No entanto, o suspeito confessou ter cometido o crime três vezes e que fez ameaças para o garoto não contar aos pais. “Ele disse que bateria no menino se revelasse o abuso. Nos áudios, também é possível ouvir que ele batia no menino com uma chinela durante o estupro”, afirmou a delegada.
O suspeito está apreendido em uma unidade socioeducativa para menores em Goiânia, onde passa por tratamento psicológico. Ele foi autuado pelo ato infracional análogo ao crime de estupro de vulnerável e, caso seja condenado, pode ficar três anos internado.
Entre 2013 e 2014, o Ministério Público Estadual abriu 38 processos de estupro de vulnerável em Goianira, município com 38 mil habitantes. Dentre os casos, 35 ocorreram dentro da casa da vítima. “90 % dos nossos casos são dentro de casa, pais, padrastos, sobrinhos, primos, irmãos. Tive um caso em 2014 que os dois irmãos abusaram das duas irmãs, também com condenação tanto do maior quanto do menor”, diz a promotora de Justiça da Infância e Juventude, Carla Roriz.