MPF aponta indícios de que Marconi mantém ‘sofisticada’ rede de lavagem de dinheiro

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MPF aponta indícios de que Marconi mantém ‘sofisticada’ rede de lavagem de dinheiro
07-12-2018
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Ex-governador de Goiás é suspeito de manter esquema formado por ’empresas parceiras’, para ocultar origem da propina recebida, não só da Odebrecht, diz promotor

Depois de deflagrada na manhã desta quinta-feira, 6, pela Superintendência de Polícia Federal em Goiás (PF/GO) e sob a supervisão do Núcleo de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal (MPF) em Goiás, a operação ‘Confraria’, desdobramento da operação ‘Cash Delivery’, o procurador da República Helio Telho, anunciou que há indícios suficientes da prática de crime de lavagem de dinheiro proveniente das atividades da organização criminosa previamente investigada pela operação, capitaneada pelo ex-governador Marconi Perillo.

“A organização criminosa se instalou e se ramificou pela estrutura administrativa do Estado de Goiás […] Os fatos admitidos e revelados por Jayme Rincon [também preso nesta quinta-feira] na Cash Delivery dão fortes indícios de que o ex-governador de Goiás montou e mantém uma sofisticada rede de lavagem de dinheiro, formada por ’empresas parceiras’, para ocultar a origem da propina recebida, não só da Odebrecht”, afirma Telho.

Com a deflagração da operação, estão presos temporariamente, além do ex-presidente da Agência Goiana de Transporte e Obras (Agetop), Jayme Rincon, também o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Júlio Cezar Vaz de Melo, o gerente-geral, Márcio Gomes Borges e sua esposa, Meire Cristina Borges, assessora especial da Governadoria do Estado de Goiás. A operação apreendeu, ainda, cerca de R$ 10 milhões entre imóveis, veículos de luxo, joias e dinheiro em espécie nos estados de Goiás, Rio de Janeiro e no Distrito Federal.

As diligências realizadas após a deflagração da Cash Delivery reuniram provas de que Jayme Rincon, em associação com os demais presos, permaneciam em plena atividade criminosa de ocultação e dissimulação de vasto patrimônio constituído de imóveis e automóveis de luxo, mantendo-os registrados em nome de terceiros, e cuja origem não foi declarada à Receita Federal.

De acordo com o MPF, a organização criminosa, montada no aparato estatal de Goiás, não se limitou a atividades criminosas junto à empreiteira Odebrecht, como apontaram seus executivos durante a operação Lava Jato, da qual a Cash Delivery foi um desdobramento e cujo principal alvo era Marconi.

As investigações apontam, ainda, que Márcio Borges está diretamente ligado ao ex-presidente da Agetop, Jayme Rincon, então coordenador de campanha do sucessor de Marconi Perillo, José Eliton Figueiredo Júnior.

Márcio seria também coordenador de logística do Comitê de Campanha deste último, sendo que a propina da Codego seria resultado do adiantamento repentino do pagamento a fornecedores supostamente participantes do esquema de corrupção e desvio de recursos públicos de contratos firmados pela companhia. Marcu Antônio de Souza Bellini, atual chefe de Gabinete da Codego, também teria se beneficiado do esquema.

Ao analisar o aparelho celular de Jayme Rincon, na Cash Delivery, constatou-se que os assuntos registrados nas conversas pelo WhatsApp entre ele e Júlio Cezar ultrapassam “a simples relação de amizade”, revelando fortes indícios de que são sócios ocultos de imóveis de luxo, constituídos de uma casa de veraneio em Búzios (RJ), posta à venda, e de uma casa de veraneio, ainda em fase de construção, em Aruanã (GO).

“Jayme seria sócio-oculto de Júlio em alguns empreendimentos, que estariam em nome de ‘laranjas’, sendo necessária sua prisão para garantia da ordem pública, como forma de desarticular esse tentáculo da organização criminosa e fazer cessar os atos de lavagem de dinheiro”, conclui o procurador.

Além da prisão temporária dos citados, a Justiça Federal determinou o afastamento cautelar de Meire Borges, Júlio Cezar, Márcio Gomes e Marcu Antônio Bellini dos respectivos cargos por eles ocupados na Administração Pública do Estado de Goiás, ficando proibidos de frequentar as repartições públicas com as quais têm vínculo funcional.

Jayme Rincón e Júlio Vaz estão presos temporariamente | Fotos: reprodução

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