Empresa italiana Enel arrematou distribuidora goiana por R$ 2,187 bilhões.
Companhia deve assumir as operações ainda no primeiro semestre de 2017.
A empresa italiana Enel, que venceu o leilão de privatização da distribuidora de eletricidade Celg-D, deve assumir as operações ainda no primeiro semestre de 2017. A data será definida assim que a venda for aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Enquanto isso, os trabalhadores da distribuidora estão apreensivos e temem uma demissão em massa.
O leilão foi realizado na quarta-feira (30) na BM&FBovespa, em São Paulo. A companhia italiana foi a única a apresentar uma proposta e ofereceu R$ 2,187 bilhões por 95% das ações da Celg-D, um ágio de 28%.
Com a venda, o Governo de Goiás, que controlava a distribuidora, não tem mais nenhuma ligação. A Enel também assumirá as dívidas da CelG-D e ficará responsável por todo o fornecimento de energia, que atualmente chega a 98,7% do estado.
Do valor da negociação, a Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras), do governo federal, ficará com R$ 1,065 bilhão e o restante virá para os cofres públicos de Goiás. O governador Marconi Perillo (PSDB) disse que essa verba será revertida em obras no estado, mas destacou que o maior ganho com a venda serão os investimentos que a Enel fará para melhorar os serviços prestados pela Celg-D.
“Estamos falando de investimentos para Goiás de mais de R$ 3 bilhões nos próximos dois anos. Isso sendo R$ 1,1 bilhão que ficarão nos cofres públicos para investimentos e mais R$ 2 bilhões, que serão investidos pela própria empresa, em obras de melhoria no sistema energético de Goiás”, destacou o governador.
Apesar das melhorias citadas, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Situeg), que representa os trabalhadores da Celg-D, teme que a privatização da distribuidora goiana resulte em muitas demissões.
“Os trabalhadores vivem um momento de incerteza muito grande, pois, até o momento da privatização, o lado dos trabalhadores, dos profissionais técnicos qualificados, não foi discutido”, afirmou o diretor do sindicato, João Maria de Oliveira.
O contrato de venda não dá nenhuma garantia de que os cerca de 1.800 servidores efetivos da distribuidora continuem trabalhando. Já os mais de 2 mil funcionários comissionados e temporários, que prestam serviços atualmente, podem ser desligados assim que a Enel assumir as operações, segundo infomou à TV Anhanguera a assessoria de imprensa da Celgpar, que responde pelo grupo.