Jovens se envolveram em uma confusão com a vítima, em Goiânia.
Lucas Marcelino, 19, foi morto com um tiro na nuca dia 5 de novembro.
Os primos Gustavo da Silva, 21 anos, e Max Bruno Santana, 24, foram indicados nesta sexta-feira (16) por matar Lucas Linkon Marcelino, 19, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, a confusão entre eles começou porque os parentes acharam a vítima “folgada”. Ambos confessaram o crime em depoimento, mas, para a imprensa, Max negou participação.
Lucas foi morto a tiros no último dia 5 de novembro, no Residencial Antônio Carlos Pires, uma semana depois de os primos discutirem com ele. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Matheus Melo, no dia do desentendimento, os parentes estavam bebendo na porta da casa de Max, e a vítima passou olhando para eles. Por o acharem folgado, os parentes o perseguiram e discutiram.
“A vítima passou na porta da residência, olhou para eles e o acharam folgado de ficar olhando. Então foram atrás e começou o empurra-empurra. Chegou a irmã e separou a confusão”, disse Melo ao G1.
Cerca de uma semana depois, conforme o delegado, Max viu Lucas passando na rua e ligou para avisar Gustavo, que cometeu o crime com a ajuda de um adolescente de 15 anos.
“Gustavo disse ao menor que ia por uma rua e ele deveria ir pela outra para evitar que o Lucas fugisse. Gustavo foi covarde. Ele não disse nada, atirou nas costas da vítima, passou do lado do corpo caído e atirou na nunca”, explicou.
O menor suspeito de colaborar com o homicídio foi identificado e ouvido pela polícia. A participação dele será investigada pela Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai).
Gustavo foi preso no último dia 8 na casa de parentes da mulher dele, na cidade de Pontalina. No mesmo dia, Max foi encontrado na residência dos pais em Goiânia.
Ameaças de morte
Ao G1, Gustavo confessou a autoria do crime e disse que Lucas o ameaçou de morte duas vezes, sendo uma no dia da confusão e a outra em uma festa. “Eu não ia esperar o cara ir lá em casa e matar a minha esposa e eu. Se ele tivesse ficado calado, não tinha morrido”, alegou.
Já Max alega que não participou do crime e que a arma usada não pertencia a ele. No entanto, segundo o delegado, durante o depoimento ele havia confessado que emprestou a arma para o primo e que sabia da intenção de Gustavo de matar Lucas.
“O menor e o Gustavo também confirmaram que ele sabia do crime e que a arma era dele”, completou Melo.
De acordo com o delegao, não há um consenso entre os envolvidos de quem planejou o crime. No entanto, ele acredita que Max teve a ideia de matar a vítima. “O Gustavo contou em detalhes o que aconteceu, e Max não. E foi o Max quem começou a discussão”, defende o delegado.
A Polícia Civil os indiciou por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima. Se condenados, podem pegar de 12 a 30 anos de prisão.