Três homens foram detidos em loja falsa que fica em shopping de Goiânia.
Segundo delegado, eles também faziam dívidas em bancos e não pagavam.
A Polícia Civil prendeu três suspeitos de criar empresas de fachada para sonegar impostos em Goiânia. O delegado responsável pelo caso, Alex Vasconcelos, informou que os suspeitos deixaram de pagar R$ 8 milhões em tributos somente durante 2016. Segundo ele, os empreendimentos falsos também faziam dívidas nos bancos com cheques e cartões de crédito, que não eram pagos.
Vasconcelos afirma que uma empresa de São Paulo, chamada BMP Utilidades Domésticas S.A. realizava venda de produtos, mas quem fazia o recebimento dos valores e registrava a transação eram as empresas fantasmas. O dinheiro era repassado para a empresa paulista, mas as dívidas dos impostos ficavam com os empreendimentos falsos.
A BMP Utilidades Domésticas S.A. informou ao G1 por meio de nota que “não tem conhecimento de qualquer investigação policial envolvendo seu nome ou qualquer de seus representantes”. O texto ressalta que a empresa “jamais concedeu qualquer autorização para que seu nome fosse utilizado em pretensas negociações ilegais”.
“A BMP vendia, mas a venda era registrada nas empresas de fachada e o dinheiro ia para elas. Essas lojas falsas passavam os valores para a BMP e não pagavam os impostos referentes às transações. Essas empresas, que ficavam no nome de laranjas, tinham grande movimentação nas contas correntes, o que liberava altos limites de crédito nos bancos. Esses limites eram usados em cheques e cartões, que também ficavam devedores. Quando os autores achavam que já estavam altas as dívidas fechavam a empresa”, explicou o delegado.
Ainda segundo o delegado, o trio foi detido na terça-feira (20). Foram presos Jadir Martins Borges Júnior, de 34 anos, Bruno Carvalho Borges, 25, e Donizete José Ferraz 46. Um quarto suspeito, Rogério Batista dos Santos, 36, ainda está foragido e é procurado pela Polícia Civil. Eles foram presos na sede de uma das empresas de fachada, que fica em um shopping de Goiânia.
Conforme as investigações, os suspeitos convenciam garotas de programa a criarem as empresas no nome delas em troca de um pagamento mensal.
Segundo Vasconcelos, os três presos admitiram os crimes e estão detidos na Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic). Eles devem responder por formação de organização criminosa, crime tributário, falsidade ideológica, lavagem de capitais e estelionato.
O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Receita Federal para saber quais procedimentos devem ser tomados e aguarda posicionamento do órgão.