Mulher teria sido infectada pelo vírus em viagem a República Dominicana.
Doença tem sintomas similares à dengue, como febre e dor nas articulações.
Uma moradora de Goiânia de 34 anos pode ser a primeira pessoa de Goiás a contrair afebre chikungunya, doença viral semelhante à dengue. Segundo a diretora de vigilância da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flúvia Amorim, o maior indício de que se trata da infecção é o fato de a paciente ter sentido os sintomas durante uma viagem à República Dominicana. “No Caribe está acontecendo um surto da doença, com milhares de pessoas contaminadas. Então suspeitamos que ela também tenha contraído o vírus”, explicou aoG1.
A doença causa fortes dores de cabeça, prostração, diarreia, vômitos, febre alta e dor nas articulações, principalmente nos pés e nas mãos. Apesar dos sintomas semelhantes aos da dengue, pessoas diagnosticadas com febre chikungunya podem demorar meses para se recuperar.
A paciente chegou ao país em 16 de julho. Segundo Flúvia Amorim, a mulher, que viajava sozinha, informou aos comissários da aeronave que não estava passando bem. Assim, ao desembarcar noAeroporto Internacional de Guarulhos (SP), ela foi atendida.
A situação foi repassada à Agência Nacional de Vigilância Sanitária [Anvisa], que avisou à secretaria que tinha uma paciente com suspeita da doença que chegaria a Goiânia. Nossa equipe foi ao aeroporto buscá-la. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência [Samu] a encaminhou ao Centro de Assistência Integral à Saúde [Cais] Vila Nova devido à proximidade com o aeroporto. Ela foi examinada e coletamos material para dengue e outras doenças de diagnóstico diferencial”, relatou a representante da secretaria.
As amostras colhidas foram enviadas ao Instituo Evandro Chagas, localizado no Pará, que é referência neste tipo de exame. Flúvia afirmou que não há previsão de quando sairá o diagnóstico da viajante.
De acordo com a diretora de vigilância, após passar pelo atendimento no Cais, a paciente foi liberada. “Uma equipe tem feito o monitoramento, visitas domiciliares e exames de acompanhamento. Ela está passando bem”, relatou Flúvia.
Transmissão
Como o vírus é transmitido por duas espécies de mosquito, o Aedes aegypti, que também transmite a dengue, e o Aedes albopictus, que é encontrado na zona rural, a Secretaria de Saúde, ao ter conhecimento do estado da paciente, realizou o procedimento de bloqueio de transmissão na casa da vítima, antes mesmo de que ela chegasse à capital. “Vistoriamos o local para eliminar possíveis criadouros do vetor e assim evitar que um mosquito a pique e transmita a doença”, explicou Flúvia.
Conforme a diretora de vigilância, o período de transmissibilidade da doença dura de cinco a dez dias após o início dos sintomas. Durante este intervalo, a orientação da secretaria era de que a paciente não deixasse a residência. Não há vacina nem remédio para cura da doença, apenas para diminuir os sintomas.
Ainda não há registro de pessoas infectadas no Brasil, pois as ocorrências se deram por casos de pessoas que viajaram para outros países e contraíram a doença. Uma vez que a pessoa é infectada pelo chikungunya e se recupera, ela se torna imune à doença.
A diretora de vigilância orienta àqueles que viajarem a países da América Central ou da África e apresentarem sintomas parecidos com a dengue a procurar uma unidade de saúde. “Como os sintomas são praticamente os mesmos, o paciente pode fazer confusão entre chikungunya e dengue. A pessoa não deve se automedicar e precisa procurar uma unidade de saúde o mais rápido possível e comunicar ao médico que se deslocou desses países”, orienta Flúvia.