Familiares, amigos, fãs do cronista esportivo e outras vítimas da violência participam de manifestação na Praça Cívica cobrando solução para o caso que chocou Goiás
O assassinado do cronista esportivo Valério Luiz,crime que chocou o estado de Goiás, completará dois anos neste sábado. Valério foi morto com seis tiros no dia 5 de julho de 2012 pouco depois de deixar seu local de trabalho, a Rádio Jornal 820, no Setor Serrinha, em Goiânia. O sentimento de saudade por parte de familiares, amigos e fãs se aflora nesta data, mas a luta por justiça não para. Organizada pelo Instituto Valério Luiz, uma manifestação será realizada neste sábado, a partir das 8h30, na Praça Cívica, em Goiânia, para lembrar que os acusados ainda estão soltos.
São aguardadas cerca de 500 pessoas, entre elas familiares de outras vítimas da violência, que reforçarão o pedido para que a justiça seja feita e que os responsáveis sejam presos. O Instituto Valério Luiz foi criado pelo filho do cronista, Valério Luiz de Oliveira Filho, de 26 anos, com o objetivo de cobrar uma solução para o caso, reforçar o pedido de justiça em crimes semelhantes ocorridos no estado e defender a liberdade de imprensa. A passeata, denominada “Dois anos
Valério Luiz: marcha contra a impunidade”, sairá da Praça Cívica e caminhará pelo Centro da cidade. Em uma rede social, mais de 400 pessoas já confirmaram presença.
O inquérito da Polícia Civil apontou cinco acusadosde cometer o crime, entre eles o ex-vice-presidente do Atlético-GO, Maurício Sampaio, que, segundo o documento de mais de 500 páginas, seria o mandante. O dirigente era alvo de duras críticas de Valério Luiz. Ainda de acordo com a polícia, o motorista Urbano de Carvalho Malta, o açougueiro Marcus Vinícius Pereira Xavier, conhecido como Marquinhos, além dos policiais militares Ademá Figueredo, apontado como executor do crime, e Djalma da Silva também participaram do assassinato de Valério. Todos aguardam o desfecho do caso em liberdade – Marquinhos está foragido.
As prisões começaram em 1º de fevereiro do ano passado, ainda em caráter preventivo, antes da conclusão do inquérito. Maurício Sampaio foi preso três vezes, mas acabou solto no dia 21 de maio do ano passado após conseguir habeas corpus – os outros acusados de participação no crime também obtiveram habeas corpus. O processo está em fase final após a realização das audiências de instrução e das alegações finais. O processo está com o juiz Lourival Machado da Costa, que determinará que os acusados irão a júri popular ou não.
– Já são dois anos do assassinato do meu pai e ainda esperamos para saber se os criminosos irão a júri popular. Enquanto isso, os assassinos seguem soltos, mas nossa luta aumenta a cada dia – afirma Valério Luiz de Oliveira Filho.