Segundo polícia, quatro dos seis detidos já estavam recolhidos no sistema prisional, mas, mesmo assim, conseguiam coordenar homicídios do lado de fora. Um dos assassinatos ocorreu por conta de uma dívida de R$ 150.
A Polícia Civil prendeu nesta quarta-feira (10) seis pessoas suspeitas de integrar uma facção criminosa e que teriam envolvimento em pelo menos dez homicídios em Goiânia. A corporação constatou que os assassinatos tinham relação com tráfico de drogas e rixas com membros de um grupo rival. Dos detidos, quatro já estavam recolhidos no sistema prisional, inclusive o chefe.
Os presos são cinco homens, com idades entre 18 e 38 anos, além de uma mulher, também de 38. A polícia não soube dizer se eles já têm advogado.
A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou que a operação contou também com a participação de agentes de segurança prisional. O órgão disse ainda que já determinou a instauração de processo administrativo disciplinar para apuração da autoria dos envolvidos e aplicação das sanções”. (veja abaixo a nota na íntegra)
De acordo com o delegado Rômulo Figueiredo de Matos, responsável pelo caso, as mortes ocorreram, em sua maioria, nas regiões central e noroeste da capital.
“A motivação sempre tem o contexto do tráfico de drogas. Às vezes, são circunstâncias periféricas, mas que no fundo revelam que essas pessoas, mandantes, executores e vítimas, na maioria das vezes, estão envolvidos com o tráfico”, afirmou.
Matos citou as circunstâncias de dois dos três crimes em que o inquérito já foi solucionado. Ambos têm relação com o tráfico.
“Ocorreram dois casos no Setor Solar Ville, em maio e junho do ano passado. No primeiro, um homem foi morto porque devia R$ 150 de droga para o vendedor em nome dessa facção. No outro caso, um membro da facção subtraiu uma arma do seu ‘comandante’. A punição foi a morte”, detalha.
Os outros sete ainda estão em investigação e, portanto, sob sigilo. O delegado revelou, porém, que há casos em que as mortes foram motivadas por rixas entre facções criminosas rivais.
Durante o cumprimento dos mandados no presídio, a polícia apreendeu celulares, chips e armas artesanais.
Nota da DGAP:
“A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informa que a referida operação realizada contou também com a participação de agentes de segurança prisional do Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope), os quais, juntos a servidores da Casa de Prisão Provisória (CPP) e da Penitenciária Odenir Guimarães (POG), realizaram intervenção e contenção de presos de uma das celas da CPP e outra da POG. Na ocasião, a Policia Civil, em ação conjunta, cumpriu os mandados de busca e apreensão e os mandados de prisão.
A DGAP informa ainda que já determinou a instauração de processo administrativo disciplinar para apuração da autoria dos envolvidos e aplicação das sanções em conformidade com a Lei de Execução Penal”.
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