Meninas de 13 e 11 anos contaram sobre os abusos a um professor. Segundo delegada, adolescentes disseram que eram estupradas quando a mãe estava dormindo.
Um comerciante de 47 anos foi preso nesta quinta-feira (5) por suspeita de abusar sexualmente das duas enteadas, de 13 e 11 anos, que moravam com ele, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, as meninas tinham medo de contar sobre os estupros porque ele dizia ser policial aposentado e as ameaçava de fazer algum mal. Elas revelaram os crimes a um professor.
Em depoimento, o suspeito negou a acusação. “O autor disse que era tudo armação da mãe das menores. Ele nega o abuso”, conta a delegada Caroline Borges Braga, responsável pela investigação do caso na Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deam).
Um advogado fez a defesa do comerciante durante o depoimento, mas não tivemos acesso ao nome e ao contato dele.
A denúncia chegou à Deam no início de novembro deste ano por intermédio de um professor das vítimas. “Como elas tinha muito medo dele [ padrasto], relataram os abusos a esse professor, em quem elas depositam confiança”, disse a delegada.
Investigação
De acordo com a delegada, a investigação apontou que ele nunca foi policial e é dono de um depósito de cimento na capital. Caroline explicou que o relacionamento entre a mãe das vítimas e o autor era recente e, logo depois de se conheceram, a mulher se mudou com as duas filhas para a casa do comerciante.
Sobre a recorrência dos abusos, a delegada contou que as enteadas alegaram em depoimento que foram várias vezes desde que passaram a morar com o suspeito.A mãe bebia e, depois, dormia profundamente. O suspeito abusava das enteadas nessas noites em queamãe apagava”, revela Caroline Borges.
A mãe foi ouvida na delegacia e disse não saber dos abusos. Ela decidiu sair da casa do suspeito assim que tomou conhecimento dos estupros.
Laudos do IML
Na casa também moravam duas filhas do comerciante com outra mulher. Elas têm 5 e 7 anos. De acordo com a delegada, as crianças foram ouvidas informalmente perante o Judiciário e uma psicóloga e negaram terem sido abusadas pelo pai. Elas passarão por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
O laudo das enteadas não relatou lesões na genitália das meninas, mas não descartou a prática do crime. “Vamos ouvir ainda a avó materna das enteadas e a mãe das filhas do suspeito. Além de aguardar agora o laudo do exame das filhas dele”, explica a delegada.
Caso seja indiciado e condenado, a pena para o crime de estupro de vulnerável varia entre 8 e 15 anos de prisão