Tais Urzeda disse que não conseguiu matricular o filho em três escolas particulares que ela tentou. Após repercussão do desabafo nas redes sociais, ela vai se encontrar com políticos para debater o tema.
A vigilante Tais Urzeda, de 32 anos, chorou ao contar que o filho não conseguiu uma vaga em três escolas particulares de Trindade onde mora, por ser autista. As tentativas de colocar o pequeno Yuri Urzeda, de 4 anos, em uma instituição de ensino vêm desde janeiro deste ano. Após não conseguir efetivar a matrícula até este momento, ela fez um desabafo em sua rede social.
“Fui às escolas e, de uma delas, recebi até a lista de materiais. Mas quando falei que meu filho era autista, aí não existiu mais a vaga. Qual é o problema? Estou indignada. Meu filho é normal, é uma criança normal como as outras”, lamentou a mãe.
A mãe preferiu não revelar os nomes das escolas procuradas e lamentou não conseguir matricular o Yuri nas instituições procuradas. Ela disse também que recebeu indicação de um colégio que teria estrutura de ensino alunos especiais. O Yuri tem autismo de grau um, segundo a mãe, que é considerado leve.
Segundo Tais, das três escolas procuradas, uma não deu qualquer posicionamento, seja positivo ou negativo, sobre a matrícula do filho ao saber que ele é autista. “Apenas não respondeu mais”, contou.
Outra instituição falou que tinha vaga disponível, mas voltou atrás ao saber do autismo e disse que houve um equívoco, segundo o relato da mãe. “Me disseram depois que já estavam operando no limite”, disse Taís.
E um dos colégios assumiu que não tem professores especializados no quadro de funcionários para atender crianças com autismo.
O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Goiás (Sinepe-GO), Ademar Amorim, disse que as escolas particulares que não tiverem funcionários especializados no acompanhamento individual de alunos autistas podem apresentar aos pais os custos da contratação. Cabe à família decidir se matricula ou não a criança naquela instituição.
“As escolas privadas podem esclarecer o projeto pedagógico para os pais, se tem profissionais preparados ou não, e, se não tiver, podem repassar o custo de acompanhamento do aluno. Mas sempre oriento a receber o estudante e afinar o diálogo”, pondera Amorim.
Procuramos o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) na tarde deste sábado (7) para pedir um posicionamento, mas não obteve retorno.
Tais disse que conseguiu marcar uma reunião com representantes da Secretaria Municipal de Educação de Trindade e vereadores na próxima semana para pedir ajuda e discutir o assunto, já que o vídeo dela ganhou repercussão na internet.
A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Prefeitura de Trindade, nesta tarde, para saber como funciona o ensino especial para alunos autistas na rede pública e aguarda retorno.