Marido de Luiz Carlos das Dores contou que o procedimento levou mais de 20 dias para ser feito. Ele espera que, após o resultado dos exames, a justiça seja feita.
O corpo do funcionário público Luiz Carlos das Dores, de 56 anos, que morreu após ter infecção , foi enterrado novamente nesta sexta-feira (21) após ser exumado. Marido da vítima, Benedito Antônio Nascimento contou que o procedimento levou mais de 20 dias para ser feito. Ele espera que, após o resultado dos exames, a justiça seja feita.
“A dor hoje foi dobrada comparada a dor do primeiro sepultamento. Lamentável. Agora esperamos e cremos na justiça de Deus e na dos homens para que seja feita justiça”, completou o marido.
“A dor hoje foi dobrada comparada a dor do primeiro sepultamento. Lamentável. Agora esperamos e cremos na justiça de Deus e na dos homens para que seja feita justiça”, completou o marido.
Entramos em contato com um advogado que fazia a defesa da dentista Jamilly Flexa, mas foi informado que ele não atua mais com a mulher. Desde a última atualização, a reportagem tenta localizar o novo advogado da dentista para saber se querem se posicionar.
Luiz Carlos foi enterrado novamente nesta sexta-feira, no Cemitério Parque, em Goiânia, e o marido e uma das filhas da vítima acompanharam o sepultamento. Antes disso, ele tinha sido levado, no dia 26 de setembro, para o Instituto Médico Legal (IML), onde passou pela exumação.
A exumação foi solicitada pela Delegacia Estadual de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor (Decon). O delegado Frederico Maciel explicou que o objetivo é, com o procedimento, identificar a causa da morte.
“A exumação é feita por um Médico Legal, então, o objetivo maior é identificar a causa da morte e descobrir qual a relação do tratamento odontológico com a morte do paciente”, disse.
A Polícia Científica explicou que a exumação do servidor público foi feita pela Seção de Antropologia Forense e Odontologia Legal (Safol), que possui médicos legistas e peritos criminais com formação em odontologia.
Ainda segundo a Polícia Científica, não há um prazo específico de quanto tempo pode durar uma exumação. No caso de Luiz Carlos, o procedimento demorou 25 dias para ser feito. Já em relação ao resultado dos exames, a previsão é que fiquem prontos em cerca de 30 dias.
Morte após facetas
Esposo de Luiz, o empresário Benedito Antônio conta que o marido decidiu fazer o procedimento depois de conhecer o trabalho da dentista Jamilly Flexa, por meio das redes sociais. Ele colocou 24 facetas, que custariam R$ 42 mil.
O marido conta que a vítima fez o procedimento em junho deste ano, em Goiânia, mas teve vários problemas com as próteses por mais de um mês, até que foi parar na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e não resistiu.
Os exames de raio-x apontaram que ele tinha uma doença de perda óssea, o que, segundo outra profissional que orientou a família, impossibilitava que ele tivesse feito o procedimento. Ele foi internado no dia 8 de agosto e morreu 10 dias depois.
“No dia 27 de junho ele já estava com as facetas. Dias depois, começou a ter dores. Passou muito mal no começo de agosto. Teve inchaço em um dos dentes e uma íngua. A dentista o avaliou, mas disse que ele não tinha nada”, conta Benedito.
Depois do inchaço, Benedito contou que o marido teve falta de ar, queda na saturação e de pressão, além da dor no dente. Alguns dias depois, foi internado em um hospital, e logo transferido para a UTI de outra unidade de saúde.
“No dia 8 de agosto, ele foi para o hospital, onde morreu. No atestado de óbito, consta que ele teve choque séptico. A única infecção que ele teve no corpo foi no dente”, disse o marido.
Após as denúncias, a dentista publicou uma carta aberta no Instagram e disse que verificou que o paciente tinha uma doença óssea e que precisava de cirurgia. Relatou ainda que o pagamento do valor total não foi feito, e que Luiz não voltou ao consultório.
Jamilly ainda disse que o marido de Luiz entrou em contato com ela informando que ele estava com inchaço no rosto. Depois disso, ela atendeu o paciente e verificou que não havia edema. Ela ainda ressaltou que aconselhou Luiz a procurar uma emergência e a realização de novos exames.
Ainda de acordo com a família de Luiz, os valores realmente não foram pagos em totalidade, visto que o homem estava com os problemas nos dentes. O marido ainda informou que os segundos exames só foram pedidos para Luiz depois que ele já estava internado.
“Só queremos saber por que o procedimento foi feito, mesmo ele não podendo. A família está aberta a esclarecimentos, a nossa vontade é averiguar os fatos e o que aconteceu durante todo o tratamento”, finalizou Benedito.
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