Caso Valério Luiz entra no terceiro dia com debate entre acusação e defesa dos réus, em Goiânia

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Caso Valério Luiz entra no terceiro dia com debate entre acusação e defesa dos réus, em Goiânia
09-11-2022
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A sessão está prevista para começar às 8h30. Nos dois dias anteriores foram ouvidas oito testemunhas e os cinco réus, interrogados.

O julgamento do caso Valério Luiz entra no terceiro dia nesta quarta-feira (9), em Goiânia. Depois do depoimento das testemunhas e interrogatório dos réus, está previsto, a partir das 8h30, o debate entre a acusação e defesa dos réus.

Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava, no dia 5 de julho de 2012. Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, o crime foi motivado pelas críticas constantes de Valério Luiz à diretoria do Atlético Goianiense, da qual Maurício Sampaio, um dos réus, era vice-diretor. Atualmente, ele é vice-presidente do Conselho de Administração.

O primeiro dia de julgamento durou quase 12 horas e foi marcado pelo depoimento de cinco testemunhas de acusação e discussão entre a promotoria e a defesa.

Um dos principais depoimentos foi o do delegado Hellyton Carvalho, que investigou o crime na época. Ele afirmou que “a relação do homicídio foi com a atividade profissional de Valério Luiz”.

Durante cerca de 2h, o delegado explicou detalhes da apuração, como foi identificado o primeiro suspeito e a relação entre todos os acusados.

Na sequência, André Isac e Daniel de Almeida Santana, que trabalhavam com Valério Luiz, contaram sobre como a vítima era no dia a dia e também sobre as denúncias e críticas contra o Atlético-GO, o que teria levado a uma série de problemas junto ao clube, como proibição de entrada no centro de treinamento.

Irismar Dantas, interventor do cartório que pertencia a Maurício Sampaio, relatou ameaças recebidas do réu após a esposa do ex-cartorário ser demitida.

Uma quinta testemunha foi ouvida, mas pediu para não ter o nome divulgado e nem o conteúdo de seu depoimento.

No segundo dia, apenas três testemunhas da defesa foram ouvidas. Todas as outras foram dispensadas. O primeiro foi o jornalista Joel Datena, que tinha o réu Ademá Figueredo como segurança. Ele disse que Ademá estava em sua casa no momento do crime.

O advogado do Atlético-GO, Marco Egídio, falou que críticas ao time eram comuns e que Maurício Sampaio, em nome do clube, chegou a registrar um boletim de ocorrências contra o radialista. Além, disso, após ameaças de torcedores de um time rival, Maurício Sampaio começou a andar com os seguranças Urbano de Carvalho e Djalma da Silva.

Segundo ele, Sampaio chegou a emprestar uma casa para Urbano morar, já a relação com Djalma da Silva era apenas de segurança nos jogos.

Adson Batista, Presidente Executivo do Atlético, era subordinado a Maurício Sampaio na época do crime. Ele afirmou que Valério Luiz “extrapolava” os limites nas críticas ao clube e era muito polêmico.

“Esse povo (jornalistas esportivos) são sensacionalistas, buscam denegrir a imagem. Se tem difamação eu processo, acho que é o caminho. A gente tem que ter equilíbrio”, enfatizou Adson.

O presidente do Atlético ainda citou que pediu para que Maurício Sampaio assinasse uma carta que proibia Valério Luiz de frequentar o clube e ressaltou que, apesar das falas e do posicionamento, não se justifica que o radialista tenha sido assassinado.

Réus

O primeiro réu a ser interrogado foi o policial militar Ademá Figueredo, apontado como autor dos disparos que mataram Valério Luiz. Sobre o dia do crime, ele afirmou que estava na casa do jornalista Joel Santana, para quem trabalhou como segurança por 10 anos.

“Passei a conhecer Sampaio quando ia ao cartório dele com Joel [Datena] para ele fazer a transição da empresa. Sampaio nunca me pagou um real. Nunca fiz segurança pra ele. Ele está mentindo”, alegou.

O também policial militar e ex-segurança de Sampaio Djalma da Silva é acusado de ter ajudado no planejamento do assassinato. O réu afirmou que estava em operação juntamente com um colega e que não sabe dizer se falou com Marcus no dia do crime. “Não tenho ideia do que aconteceu. Eu estava em Leopoldo de Bulhões. Se você pegar o endereço, o código, você vai ver que o endereço é o Leopoldo de Bulhões”, defendeu.

Acusado de contratar o policial militar Ademá Figueredo para cometer o homicídio contra o radialista, o empresário Urbano de Carvalho Malta morava perto do local do crime e disse que no momento dos disparos estava cuidando de galinhas e esperou um tempo até averiguar a situação. “Escutei os disparos, aguardei um pouco e saí pelo portão de baixo”, disse.

Maurício Sampaio, acusado de ser o mandante, negou ter cometido o crime e afirmou que conhecia todos os réus na época do crime, exceto o açougueiro Marcus Vinícius.

Ao ser questionado pelo juiz e pelos promotores, Maurício negou ter contratado Djalma e Ademar Figueredo como seus seguranças, ainda que tenha estado em estádio com eles.

“Eles andavam comigo, não eram meus seguranças”, disse.

Maurício também disse não ter se incomodado com a famosa frase dita por Valério “sobre os ratos”. A frase foi dita por Valério Luiz durante um programa televisivo: “Meu amigo, você pode olhar em filme de aventura, quando o barco está enchendo de água, os ratos são os primeiros a pular fora”.

“Nunca existiu nenhuma desavença entre eu e o Valério. Uma frase não pode atingir um dirigente de futebol. Uma frase solta vai fazer o quê?”, completou.

O açougueiro Marcus Vinícius Xavier que atualmente está em Portugal, foi interrogado por videoconferência. Ele, que durante a fase de investigação confessou envolvimento no crime, começou o interrogatório negando todas as acusações do crime contra ele e afirmando que, dos réus, conhecia apenas Djalma da Silva.

Ao negar ter envolvimento no crime, ele apontou o pai da vítima, Mané de Oliveira, como a pessoa que teria apontado o nome dele como “quem tinha matado Valério Luiz”.

“Minha acusação foi baseada no que o Mané de Oliveira quis que ocorresse. Quando fui preso, ele não saía da porta da delegacia. Os delegados falavam que não aguentavam mais ele lá. Eles foram pressionados”, disse.

Ao ser questionado pelo juiz, Marcos justificou ter confessado inicialmente o crime, em um primeiro depoimento à polícia, logo após ele ter sido preso pela primeira vez, por ter sido “espancado” por policiais.

“Eles me bateram até eu não aguentar mais”, disse.

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