Postos amanheceram com litro da gasolina e etanol até R$ 0,50 mais caro.
Sindicato diz que cada um pode fazer reajustes; Procon ainda não vê abuso
Os motoristas que precisaram abastecer seus carros na manhã desta quarta-feira (21), emGoiânia, foram surpreendidos por um novo aumento nos preços dos combustíveis. Em média, o etanol subiu 23% e a gasolina, 9%.
Em um dos estabelecimentos da capital, que fica no Bairro Santo Antônio, o litro do etanol custava R$ 2,17 na terça-feira (20). Agora, subiu para R$ 2.69. Já a gasolina, que era encontrada a R$ 3,37, já custa R$ 3.69.
“Eu assustei, pois não tinha reparado no preço e não costumo abastecer aqui sempre. Mas até quando a gente vai ficar desse jeito? O consumidor não aguenta mais”, disse o estagiário Ronam Henrique Inácio.
O caminhoneiro Sionei Tomas de Sousa também reclamou do novo aumento. “Os governantes já sabem disso [da crise], estão bem cientes dessa situação que vive o nosso país”, disse.
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Goiás (Sindiposto-GO) não quis justificar os motivos para o novo reajuste e informou que cada empresário tem autonomia para estabelecer os preços que quiser, de acordo com o que gasta.
A reportagem entrou em contato com a Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon-GO), que informou que realiza monitoramentos periódicos dos preços dos combustíveis, mas que, até o momento, não há indícios de prática abusiva e alinhamento.
Reajustes
Desde o início deste mês o sobe e desce de preços tem sido frequente na capital. No dia 5 de setembro, por exemplo, o preço médio do etanol era R$ 2,57 e a gasolina R$ 3,57. Na semana passada esses valores tiveram uma queda, passando para uma média de R$ 2,17 e R$ 3,39, respectivamente.
Uma pesquisa feita por um centro de estudos da Universidade de São Paulo (USP), em postos de Goiás, mostra que o litro do etanol foi vendido na usina a R$ 1,13 no último dia 25 de setembro. Já no dia 2 de outubro, esse valor passou para R$ 1,26, e no dia 9, para R$ 1,33.
Esse era o valor atual e não houve novos aumentos nas refinarias, mesmo assim houve o reajuste nas bombas. “A gente não sabe mais o que fazer, pois aumentam a toda hora”, lamentou Ronam.