Aluna é proibida de frequentar aulas e fazer provas por colocar piercing

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Aluna é proibida de frequentar aulas e fazer provas por colocar piercing
12-11-2015
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Jovem diz que foi retirada da sala de aula por não aceitar tirar o adereço.
Escola alega que proibição está no regimento interno; Conselho avalia caso.

Uma estudante de 17 anos foi proibida de frequentar as aulas e fazer as provas finais após ter colocado um piercing no nariz. Nayara Faria dos Santos tem 17 anos e estuda no Colégio Progressivo, em Goiânia. Segundo a direção da escola, que é particular, a questão já estava prevista no regimento interno. O caso é analisado pelo Conselho Estadual de Educação.

A jovem, que cursa o 3º ano do ensino médio, conta que na última segunda-feira (9) foi retirada da sala quando estava pronta para fazer os exames. “O diretor simplesmente falou assim: ‘Tira e faz a prova’, Com essas palavras. Falei que não podia tirar e ele disse para eu ir embora. Perguntei se iriam zerar minhas provas e ele disse que sim”, lembra.

Pai de Nayara, o empresário Fernando Batista dos Santos, de 41 anos, disse ao G1 que foi ao colégio e tentou argumentar, mas não teve êxito. Ele afirmou ainda que a filha também foi proibida de entrar para assistir as aulas no dia seguinte.

“A gente sabia que não podia colocar, mas só faltava essa prova e pensei que não iria ter problema. Ele [diretor] pediu para ela tirar, mas se fizesse isso, iria infeccionar. Estou contrariado, ele discriminou minha filha”, lamenta.

Ela alega ainda que apoia a decisão da filha e que pretende acionar a instituição na Justiça. “Ela não fez nada fora do meu conceito. Vou entrar com uma ação porque isso pode prejudicá-la”, salienta.

‘Afronta’
O diretor da escola, Omar Passos de Carvalho, explicou que a proibição de usar piercing consta no regulamento da escola e que os pais sabiam disso. Para ele, a aluna “afrontou” uma determinação estabelecida.

Ela veio à escola da mesma forma e ainda afrontado o colégio, conversando com a coordenação e falando com os alunos na sala de aula que não iria tirar o brinco. Falou ainda que estava aqui para poder ter provas contra a escola porque ela não iria mudar a atitude dela”, defende-se.

Carvalho garante que Nayara não poderá assistir às aulas enquanto não retirar a peça, pois não pode abrir exceções. “Ela [norma] tem que existir para os nossos 900 alunos. Não vou fazer uma exclusão de uma norma específica para uma aluna”, pondera.

Omar Passos de Carvalho que proibiu aluna de fazer provas por usar piercing em Goiás (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Diretor diz que regimento escolar proíbe uso
de piercing (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

O Conselho Estadual de Educação foi avisado e está monitorando a situação. “Agimos nesse tipo de processo com muita agilidade. Em três dias no máximo nós já vamos ter ouvido família e a escola e garantir que a menina tenha direito a conclusão do 3º ano do ensino médio que é essa etapa que ela precisa concluir”, explica a presidente do órgão, Ester Carvalho.

Especialista discorda
De acordo com o advogado Victor Naves, a Constituição permite que estabelecimentos particulares, como a escola, podem elaborar regimentos próprios. Porém, é preciso analisar se o caso está compatível com a lei.

“Esses regimentos estão, de qualquer forma, sujeitos à lei e à Constituição Federal. Nesse caso, antes de utilizar o que o dispositivo de fato diz. A autonomia da vontade privada, do cidadão, tem que ser respeitada em detrimento do regimento”, pondera.

Ela afirma que, possivelmente, a família não foi chamada para discutir o dispositivo. “Penso eu que é uma medida desproporcional adotada pela escola porque está inviabilizando a aluna de cumprir com suas atribuições e deveres escolares que eu penso que contraria a Constituição”, analisa.

 

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