Comandante-geral e mais cinco bombeiros deixam as funções após suspeita de cobrança de propina para liberar laudos

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Comandante-geral e mais cinco bombeiros deixam as funções após suspeita de cobrança de propina para liberar laudos
22-11-2019
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Segundo o MP-GO, grupo recebia viagens e até R$ 500 mil em troca de certificados que autorizam o funcionamento dos comércios. Cinco empresários foram presos.

O comandante-geral dos Bombeiros, coronel Dewislon Adelino Mateus, pediu para deixar a função nesta quinta-feira (21), após ser citado na investigação do Ministério publico de Goiás  que apura um esquema de pagamento de propina para a liberação de certificados de conformidade, os quais autorizam o funcionamento do comércio. Outros cinco militares do alto escalão que são suspeitos de participar das fraudes também deixaram suas funções.

Nenhum militar foi detido durante a operação, realizada na terça-feira (19). Na ocasião, foram presos  cinco empresérios suspeitos de se associarem aos bombeiros na venda dos certificados. Os documentos devem ser liberados apenas depois da vistoria que avalia, por exemplo, se extintores de incêndio estão corretos e outros aspectos relativos à segurança do local.

Os bombeiros investigados são os coronéis Anderson Cirino e Dewislon Adelino Mateus, o tenente-coronel Hélio Loyola Gonzaga Júnior, o major Nériton Pimenta Rocha, o capitão Sayro Geane Oliveira dos Reis e o subtenente José Rodrigues Sobrinho.

não conseguimos  contato com a defesa dos citados na operação.

O governador Ronaldo Caiado (DEM) anunciou em uma rede social, na tarde desta quinta-feira, que o coronel Esmeraldino Jacinto de Lemos assume interinamente o comando-geral dos Bombeiros de Goiás. Mais cedo, o secretário estadual de Segurança Pública, Rodney Miranda, confirmou, ao sair do evento de lançamento do “Pacto Goiano Pelo Fim da Violência Contra Mulher”, o afastamento dos militares e que o ex-comandante-geral pediu para sair até esclarecer a situação.

“Enviei ofício ao Ministério Público pedindo cópia na íntegra do processo. Vou montar um grupo de trabalho para apurar o conteúdo do MP e tomar atitudes tanto administrativas quando disciplinares cabíveis. Um representante da OAB e do MP serão convidados para participar do grupo”, comunicou Miranda.

Em nota, a corporação repudiou veementemente desvios de conduta ou atividades que possam ferir os princípios da legalidade e da moralidade que venham a ser cometidos no exercício das suas atividades. (Veja a nota na íntegra ao final do texto).

Investigação

A investigação começou em 2017 quando um bombeiro não concordava com o que acontecia dentro da corporação e denunciou os atos ilícitos ao MP. De acordo com os promotores, os certificados eram vendidos para quem precisasse. Apenas para comerciantes da Região da 44 foram vendidos 145 certificados, segundo o MP-GO.

O promotor Giuliano Lima, responsável pela investigação do MP-GO, disse que o denunciante alertou sobre perigos que a venda desses certificados traria e chegou a citar um centro comercial em especial que adotou um sistema de gerador alimentado por diesel em um local sem ventilação.

“Isso possibilitaria a uma situação idêntica ao do Hospital lá do Rio de Janeiro. Aquilo ali, se referindo a alguns comércios lá, da Região da 44, é um barril de pólvora. Sequer seria possível de um caminhão dos Bombeiros chegar ali, se houvesse uma tragédia”, explicou o promotor.

Esquema

Após identificarem que lojistas da capital estavam dispostos a pagar propina para receber o certificado de conformidade sem passar por perícia in loco, os investigados se associaram a cinco empresários para formar o suposto esquema de venda de certificados a quem precisasse.

Então, o grupo começou a identificar outros empresários que precisavam do certificado e pagaram vantagens indevidas aos bombeiros para ter a assinatura do setor de emissão sem passar por vistoria.

A investigação aponta que militares receberam até viagens internacionais e, em um caso específico, a propina chegou a R$ 500 mil.

 Operação investiga pagamento de propina a bombeiros para emissão de laudos, em Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Contato: (62) 992719764
(clique para ligar agora)

informativocidades@gmail.com

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