Trinta membros de família Aceves no México sofrem de síndrome rara que cobre rosto e do corpo de pelos; filme revela preconceito até no circo.
“Dizem que deveríamos viver na floresta, como o que somos: animais”. De toda uma vida de provocações, esse comentário é o que mais machuca Karla Aceves. E não porque seja especialmente duro demais, mas porque está acostumada a ouvi-lo quase todos os dias.
As palavras são da vizinha, há 26 anos, da casa dos Aceves na cidade de Loreto, em Zacatecas (México), e que, segundo Karla, há mais de duas décadas importuna a família ao lado por suas características raras.
“É uma pressão constante”, explica Karla à BBC. “As crianças mal podem sair na rua.”
Há muitas gerações, a família Aceves sofre de hipertricose lanuginosa congênita, condição mais conhecida como “síndrome do homem lobo”. Ao menos 30 membros da família tiveram ou têm a síndrome.
“É uma condição genética extremamente rara, que produz um excesso de pelos no rosto e no corpo das pessoas”, explicou Eva Aridjis, que fez, no ano passado, o documentário Chuy, o homem lobo (https://www.facebook.com/ChuyElHombreLobo), para chamar a atenção para o drama enfrentado pela família.
