Se condenados, o grupo pode pegar mais de 40 anos de prisão e pagar multa que ultrapassa R$ 5 milhões
Dois goianos se tornaram réus no estado da Califórnia, nos Estados Unidos , após serem acusados de fraudarem contas de motoristas de aplicativos de entregas. Além deles, outros três brasileiros também foram denunciados por comporem o esquema criminoso.
Segundo o Ministério Publico , os goianos Gustavo de Ávila Moreira Farinha, de 29 anos, e Tatiane Pereira Arantes, de 37, foram presos na manhã do última quinta-feira (13) por agentes do Departamento de Investigações de Segurança Interna e outros órgãos estaduais e federais. Além dos goianos, também foram detidos Natalia Magalhães Rocha e Leonardo Trulsen de Oliveira, ambos de 29 anos. O quinto brasileiro encontra-se foragido e não teve a identidade revelada.
Os quatro foram apresentados à juíza Jill L Burkhardt no mesmo dia da prisão. Eles responderão por crimes de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e roubo de identidade. Se condenados, eles podem pegar até 42 anos de prisão, cada um, e pagarem multa que ultrapassa R$ 5 milhões.
Denúncia
Segundo o documento, os suspeitos obtiveram imagens e informações de carteiras de habilitação e CPFs de cerca de 100 vítimas na Califórnia. Com esses dados, o grupo criminoso criava novas contas nas plataformas de entregas com o nome dessas pessoas.
Logo depois, os suspeitos usavam, alugavam e vendiam essas contas a pessoas que, da maneira legal, não se qualificariam nas empresas. O grupo, além dos valores pagos pelos terceiros, ainda coletavam os bônus de referências que eram depositados pelos clientes nas contas falsas.
Mudança de plataformas
Ainda de acordo com o documento, a fraude ocorria desde 2018 e, inicialmente, ocorreu em empresas de rideshare – plataforma que une vários estabelecimentos que são concorrentes diretos de transportadoras e ofertam serviço com preços mais baratos.
No ano passado, a pandemia impactou o negócio da organização criminosa, que se afastou dessas empresas após notar uma redução drástica no tráfego e ver o negócio migrar para aplicativos de entrega de alimentos, mercearias e outros produtos.
O grupo, então, decidiu comprar falsificar novos documentos para fazer contas nessas plataformas para dar continuidade no esquema. “O roubo de identidade é um tipo especial de infortúnio para as vítimas, que muitas vezes são colocadas em muitas confusões e são frustradas por necessitarem de anos para conseguirem limpar os seus nomes. As prisões de hoje são o primeiro contra-ataque em nome dessas vítimas”, disse o procurador-geral em exercício Randy Grossman.