Governo de Goiás propõe que prefeitos adotem Lei Seca após as 22h para conter casos de coronavírus

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Governo de Goiás propõe que prefeitos adotem Lei Seca após as 22h para conter casos de coronavírus
26-01-2021
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Alguns prefeitos se posicionaram a favor da medida, mas a publicação de novo decreto depende do resultado de uma enquete apresentada pelo governo. Medida foi sugerida, entre outras razões, porque apenas quatro cidades têm vagas disponíveis em leitos de UTI para pacientes com Covid-19.

O governador Ronaldo Caiado (DEM) propôs a prefeitos que proíbam a venda de bebidas alcoólicas após as 22h em bares, restaurantes e comércios em geral por meio da Lei Seca para conter a transmissão do coronavírus em Goiás. Foram ouvidos prefeitos de cidades que têm UTIs públicas, por meio de videoconferência nesta segunda-feira (25), para que apresentassem propostas e avaliassem a possibilidade de transferência de pacientes graves entre municípios, já que apenas quatro cidades têm leitos disponíveis.

A nova medida será implementada pelo governo após os prefeitos responderem a uma enquete se são favoráveis ou não à nova medida. Assim que a votação alcançar votos positivos da metade e mais um prefeito, o governo tomará a decisão por meio de decreto. Até as 15h50 desta segunda-feira, o governador informou que 50 prefeitos já votaram e 97% deles são favoráveis.

Caiado alertou para a alta taxa de ocupação dos leitos de UTIs no domingo (24), enquanto recebia 65,5 mil doses da vacina Astrazeneca/Oxford em Goiânia. O político avaliou o indicador como “no limite”.

A principal preocupação apresentada por prefeitos é a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais municipais e estaduais. Os prefeitos de Itumbiara, Porangatu , Jatai, Luziânia e Formasa  informaram que todos os leitos estão ocupados nesta segunda-feira.

Como Anápolis, Rio Verde, Aparecida de Goiânia e Goiânia têm vagas de UTI disponíveis, o governador informou que pode ser estudada uma forma de transferência de pacientes graves para estas cidades.

O prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto, aproveitou o momento para solicitar instalação de novos leitos na cidade pela Secretaria Estadual de Saúde.

Para o governador Ronaldo Caiado, a crescente taxa de ocupação na rede hospitalar pública pode se agravar sem a adoção de medidas restritivas.”Minha visão médica é que podemos, amanhã, estar numa situação crítica”, pontuou o governador.

Para a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, os bares são os locais de maior risco de contágio.”Porque as pessoas se aglomeram e retiram a máscara. Quando tem bebida alcoólica, a pessoa fica mais tempo no local. Essa seria medida a restritiva [Lei Seca] para evitar aglomerações”, avaliou Amorim.

O presidente da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi, que representa os setores de bares e restaurantes, apoiou a medida, mas de forma momentânea.

“Podemos aumentar os leitos e ofertas de tratamento de Covid-19. Na medida que a pandemia for diminuindo a intensidade, podemos reduzir a Lei Seca para que os comércios voltem ao normal”, avaliou Baiocchi.

Crescimento de casos positivos

Flúvia Amorim ainda apresentou um estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG) que mostra que a segunda onda da Covid-19 chegou ao estado.

Para a superintendente, o temor é que este momento seja pior que o primeiro, como tem sido visto em outros estados, apontando o exemplo do Amazonas, que entrou num colapso da rede pública de saúde.

O estudo separou 10 cidades goianas que apresentam grau elevado de transmissibilidade da doença. Flúvia Amorim explica que os municípios que têm taxa média de contágio acima de 1 ponto estão com a transmissão do vírus em estágio “acelerado”. Então, cada caso positivo gera mais um. Veja abaixo:

  • Goiânia: 1.01
  • Aparecida de Goiânia: 1.52
  • Rio Verde: 1.75
  • Águas Lindas de Goiás: 1.54
  • Luziânia: 1.74
  • Valparaíso de Goiás: 1.76
  • Trindade: 1.83
  • Formosa: 1.27
  • Novo Gama: 1.75
  • Senador Canedo: 1.61

Testagem em Goiânia

A escalada dos casos positivos em Goiânia preocupa a administração municipal, conforme o secretário de Saúde da capital, Durval Fonseca Pedroso. Segundo ele, a última testagem em massa realizada pela prefeitura em janeiro mostrou que a taxa de transmissão do vírus subiu para 14%, numa amostra de 4 mil pessoas, enquanto a mesma taxa era de 3,5% em novembro do ano passado.”Dos testados, 200 pessoas passaram por avaliação médica e metade apresentava sintomas da doença. O que preocupa é a circulação do assintomático de maneira mais relaxada”, ressaltou o secretário.

Como a taxa de ocupação dos leitos de UTI em Goiânia está próxima a 80%, o secretário informou que foram acrescentados mais 28 leitos exclusivos para a Covid-19 na última semana.”Essa questão dos bares deve ter avaliação sobre a permanência das pessoas neles. Precisamos de fiscalização mais ostensiva neste momento”, opina Pedroso.Primeira profissional da saúde é vacina contra o coronavírus em Goiás — Foto: Gabriel Garcia/TV Anhanguera

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