Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, morreu durante uma lipoaspiração, em Goiânia. Polícia Civil informou que profissionais de saúde que trabalharam na cirurgia estão sendo ouvidos.
A jovem Dayana Loy de Oliveira Freire, de 25 anos, que morreu durante uma lipoaspiração, em Goiânia, teve uma complicação chamada tromboembolismo pulmonar (entenda doença abaixo). A informação foi repassada pelo delegado Paulo Ribeiro, que investiga o caso. A Polícia Técnico Científica informou que aguarda a conclusão do laudo cadavérico completo para saber se a complicação foi ou não responsável pela morte da jovem.
“Esse laudo complementar estabelece que causa da morte foi tromboembolismo pulmonar, mas ele não é definitivo, é como se fosse um resultado preliminar. Ou seja, ele ainda depende de um outro exame mais detalhado para definir a causa morte”, explicou o delegado.
O perito Olegário Augusto reforçou que deve-se aguardar a finalização do laudo cadavérico para que a causa morte seja esclarecida. O prazo para que laudo completo seja concluído é de pelo menos um mês.
Segundo a Polícia Civil, testemunhas do caso continuam sendo ouvidas. “Estamos na fase de oitivas dos profissionais de saúde que trabalharam na cirurgia da Dayana. O médico cirurgião ainda não foi ouvido, mas outros médicos que participaram sim”, explicou o delegado.
Em nota, a defesa do cirurgião plástico disse que não pode explicar detalhes do caso em função do sigilo médico. Porém, destacou que “se de fato estiver demonstrado que o quadro foi de tromboembolismo, ficará evidenciado que não houve qualquer conduta dolosa ou culposa do médico”.
Tromboembolismo pulmonar
O cardiologista membro da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, Marcelo Cantarelli, explica que tromboembolismo pulmonar é uma doença que ocorre quando há o bloqueio em uma ou mais artérias dos pulmões.
“As artérias pulmonares são aquelas que levam sangue ao pulmão. Elas saem do ventrículo direito do coração com o sangue que vem do nosso organismo, e vão para o pulmão para ser oxigenado e retornar. Então, quando há o bloqueio dessas artérias, o sangue não consegue entrar no pulmão em quantidade suficiente para ser oxigenado”, explica o Cantarelli.
Segundo o médico, existem diferentes causas de embolia pulmonar, em que o bloqueio das artérias se dá por conta de fatores como: gordura em excesso, pequenos pedaços de tecidos infeccionados ou até ar. No caso do tromboembolismo, a causa do bloqueio das artérias é um coágulo de sangue chamado trombo – por isso o nome da doença.
“Dentro do contexto de cirurgias plásticas ou qualquer grande cirurgia em que a pessoa vai ficar um tempo sem se movimentar, esse tempo parado pode causar a formação de coágulos na região das pernas e da bacia, principalmente. Em lipoaspiração é mais comum a ocorrência de embolia gordurosa, que é aquela que os pedacinhos de gordura é que causam o bloqueio das artérias”, explica o médico.
Cantarelli reforça que a morte por esse tipo de doença não é comum, mas acontece com mais frequência em pacientes que têm problemas cardíacos e pulmonares. Em cirurgias longas o risco também se torna maior.
Relembre o caso
Dayana morava em Itaberai, na região noroeste do estado, com os pais. Mas, veio até a capital para realizar o sonho de fazer uma cirurgia plástica. De acordo com familiares, ela deu entrada no Hospital Jacob Facuri no dia 12 de setembro, foi anestesiada, mas durante a cirurgia, passou mal e morreu.
Na época em que o caso ganhou repercussão, o médico lamentou a morte da paciente e afirmou que “todos os fatos estão sendo apurados pela justiça”, mas que tem certeza de que será comprovado que não houve falha ou negligência profissional em nenhum caso. Veja a nota completa ao final da reportagem.
‘Cheia de vida’
O primo de Dayana contou, à epoca, que a família estava muito abalada com a morte precoce da jovem. Gilberto Martins descreve Dayana como uma garota “cheia de vida”.
“Era uma menina muito responsável. Formada, independente, pagou uns R$ 50 mil nessa cirurgia com dinheiro que ela juntou. Sempre cuidou da vó e da mãe”, lembra.
Íntegra nota cirurgião plástico (14/09)
O médico, cirurgião plástico, vem através de sua advogada Luciana Castro, OAB/GO 20872, manifestar-se sobre o óbito de sua paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, ocorrida ontem, 13/09/2023 bem como a acusações de erro médico cometido em outras pacientes.
Acima de tudo, o médico ora acusado lamenta profundamente a perda de sua paciente, e está à disposição da família para maiores esclarecimentos. Quanto aos fatos, informamos que, em razão do dever de sigilo, o médico não poderá fornecer detalhes técnicos sobre o caso, sob pena de infringir disposições do Código de Ética Médica bem como do Código Penal Brasileiro.
Temos o dever de esclarecer, todavia, que a paciente apresentou intercorrência durante o procedimento, sendo que imediatamente foram adotados os protocolos prescritos para o caso por toda equipe médica presente, todavia não houve resposta e a paciente veio a óbito.
Informamos que por decisão da família da paciente, esta foi encaminhada ao Instituto Médico Legal para apuração. Estaremos à disposição, acompanharemos e prestaremos todas as informações pertinentes ao caso, estamos a disposição.
O médico acusado tem plena convicção de seus atos, e que nada foi realizado fora da técnica médica indicada para o caso.
Reiteramos que lamentamos o ocorrido e nos consternamos com a dor enfrentada pela família da paciente Dayana Loy de Oliveira Freire, e esperamos a apuração dos fatos que levaram a seu óbito de forma tão prematura.
Quanto as acusações de “erro médico” (falando deste caso e de quaisquer outros) informamos que todos os fatos estão sendo apurados pela justiça, mas temos a certeza de que será comprovado que não houve falha ou negligência profissional a qualquer tempo.
Devemos aqui ressaltar que a medicina não é uma ciência exata, e que complicações e intercorrências podem ocorrer em qualquer área, independente da maestria do profissional assistente, e que as pacientes são devidamente esclarecidas sobre os riscos, assinam termo de consentimento e entendem todas as possibilidades do tratamento indicado.
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