Informativo Cidades
Em palestra durante as comemorações pelos 63 anos do Banco do Nordeste, em Fortaleza (CE), o ministro Joaquim Levy explicou que o atual cenário econômico brasileiro é fortemente influenciado pela queda nos preços das commodities e defendeu ajustes estruturais e a reforma fiscal para que o país volte a crescer
– O ministro da Fazenda Joaquim Levy esteve em Fortaleza para o encerramento do XXI Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento, que marcou o aniversário de 63 anos da instituição. Em palestra, Levy classificou o momento da economia brasileira como uma fase de transição, explicou fatores que levaram à crise e defendeu ajustes para que o País volte a crescer.
De acordo com o titular da pasta, uma das razões para a retração é a forte queda nos preços das commodities, produtos estes que impulsionaram o crescimento nacional na última década devido à forte demanda por parte de países em desenvolvimento, como a China. “Foram anos muito favoráveis e aproveitamos bem o boom das commodities. Agora esse boom acabou e nós vemos forte queda nos preços do petróleo, do minério de ferro e de produtos agrícolas, por exemplo. Neste tempo, a China fez fortes investimentos estruturais e imobiliários, o que fez com que os preços dos produtos crescessem, mas agora o país chegou ao limite dos superinvestimentos e foi necessário fazer ajustes em sua economia”, explicou.
Levy defendeu ainda que o caminho a ser seguido é, além da reforma fiscal, promover reformas estruturais, manter a rapidez nas ações e a disciplina. “É preciso continuar concentrando esforços para colocar as contas em ordem e evitar surpresas desagradáveis”, disse, referindo-se ao episódio da mudança de perspectiva da nota de crédito do Brasil pela agência Standard & Poor’s. “Além de reformas mais profundas na área de gastos obrigatórios, o País precisa ser mais agressivo na concorrência do comércio exterior. Dinamizar a oferta e priorizar os investimentos”, completou.
Empréstimo
Em seus compromissos durante passagem pela capital cearense, o ministro da Fazenda irá tratar com autoridades locais sobre o aval a cinco empréstimos externos ao Governo do Ceará para obras de infraestrutura.
Abaixo matéria da Agência Brasil:
Levy reafirma confiança em recuperação fiscal no segundo semestre
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, esteve hoje (31) no Ceará, onde visitou o Complexo Industrial e Portuário do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza, e fez palestra de encerramento do 21º Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento. Após o evento, em entrevista coletiva, Levy disse que acredita na recuperação do ambiente fiscal do governo no segundo semestre, diante da nova meta do superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública), que foi reduzida para 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas no país).
Ele ressaltou que a equipe econômica do governo está empenhada em trabalhar forte para tanto, e Isso requer esforço. Levy salientou que a área técnica está tomando medidas, inclusive na área da arrecadação de receitas junto a grandes empresas. “Todo mundo sabe que, se a gente não cumprir o superávit primário, se não organizar a economia, a situação será mais difícil.” Segundo Levy, esse trabalho é feito em conjunto com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Uma arrecadação considerada “sensível”, e que mais vem caindo, é a do Imposto de Renda. A queda é justificada em parte, segundo ele, pela baixa perspectiva de lucro e pela diminuição da liquidez (facilidade de transformar os recursos disponíveis em retorno financeiro) das empresas. “Essa não é uma consequência do ajuste fiscal, mas da dinâmica da economia. Isso é exatamente o que estamos combatendo e é por isso que é importante avançar no ajuste fiscal e em outras medidas para a gente voltar a crescer.”
