Garota de 7 anos não está mais sedada, para alívio da mãe: ‘Estou ansiosa’.
Segundo a polícia, homem bateu na filha e se matou em seguida.
A menina de 7 anos que foi agredida a pauladas pelo pai, em Goiânia, apresenta melhora do estado de saúde. A mãe da criança, uma costureira de 32 anos, que não quer se identificar, conta que a filha segue internada na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas se recupera aos poucos. “Ela está reagindo dentro do esperado. Está cada dia melhor, mas ainda não acordou. Estou muito ansiosa e na expectativa para esse momento”, disse ao G1.
De acordo com boletim médico, divulgado pelo Hugo na manhã desta terça-feira (12), a criança tem quadro considerado grave, mas não está mais sedada. Ela respira com a ajuda de aparelhos.
O crime ocorreu na madrugada do último dia 3, na casa em que o pai da menina morava, no Setor Mansões Goianas. A Polícia Civil suspeita que o crime foi cometido porque o auxiliar de serviços gerais não aceitava o fim do casamento com a mãe da criança, que durou mais de dez anos. Após agredir a filha, o homem, de 32 anos, se matou.
Desde então, a menina está hospitalizada na UTI do Hugo. Ela já passou por uma cirurgia neurológica e faz exames regulares para avaliação médica.
Segundo a costureira, por enquanto, a menina só mexe o lado esquerdo do corpo, contrário ao que levou a pancada na cabeça. “Como ela ainda não está acordada, fica difícil saber se ela está, de fato, paralisada de um lado. Os médicos dizem que ainda é muito cedo para falar em sequelas e que temos que aguardar. Mas tenho fé em Deus que ela vai sair dessa”, disse.
Para a mãe, agora o que importa é focar na recuperação completa da menina. “Ela parece apertar os olhinhos, como se fosse abri-los a qualquer momento. Não vejo a hora disso acontecer para que eu possa falar com ela. Mas agora nem penso no que aconteceu, nos motivos que levaram ele [pai] a fazer isso. Só quero ver minha filha bem”, ressaltou.
Crime
Segundo relato da costureira à polícia, no dia do crime, o ex-marido ligou dizendo que a motocicleta do irmão dela havia sido roubada e pediu que ela voltasse para casa. Como todos estavam na chácara em Aragoiânia, na Região Metropolitana da capital, apenas um primo da mulher foi até a casa para checar o ocorrido.
O parente encontrou o imóvel trancado e acionou os demais familiares, que deixaram a festa e foram para Goiânia. Uma tia-avó da menina a achou no sofá com várias lesões e o homem morto. Eles também constataram que nada havia sido roubado e acionaram a polícia.
Na ocasião, a costureira contou que o ex-marido não era agressivo e nunca chegou a bater nela ou na filha, quando todos viviam juntos. Por isso, a mãe não viu problema em deixar a filha passar o final de semana com o pai. Esta foi a primeira e única vez que ele ficou com a filha desde a separação do casal, há pouco mais de dois meses.
Ciúmes
No local do crime, o pai da estudante deixou frases na parede que, segundo a Polícia Civil, fazem referência à ex-mulher. Para a corporação, ele acreditou que tinha matado a filha ao escrever: “O que é meu eu vou levar”.
Além disso, ele também deixou escrito a inscrição: “O gordo não é para você”. Segundo o delegado Francisco Costa, da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), “gordo” se trata do atual namorado da mãe da menina. Entretanto, a costureira reforça que não está namorando.
A mulher diz que o homem a quem o ex se referiu foi o primeiro namorado dela, aos 14 anos. Na época, o relacionamento durou 1 ano e 9 meses. “A gente se conhece a vida toda. Agora ele voltou a conviver nos mesmos ambientes, ao convívio familiar, mas a gente não está namorando”, disse.
Outra mensagem que o auxiliar de serviços gerais deixou na parede do imóvel era o pedido para ser enterrado em Aragoiânia. No entanto, de acordo com a costureira, o corpo dele foi sepultado ao Tocantins, onde a família dele mora.
Inicialmente, o delegado responsável pelo caso era Francisco Costa, mas a investigação foi transferia para Matheus Costa Melo, também da DIH.