Informativo Cidades
Segundo delegada, dono da conta chegou a alertar pessoas que o procurar sobre crime e registrou ocorrência. Áudios mostram como Bruna Oliveira aplicava o disfarce.
corretora de imóveis Bruna dos Santos Batista de Oliveira, de 29 anos, utilizou fotos e dados de um homem chamado Fernando – que de fato existe – para seduzir mulheres pela web e aplicar golpes. De acordo com a delegada Mayana Rezende, responsável pelo caso, a suspeita, que está presa, mantinha uma “vida dupla”, ora como Bruna, ora como Fernando para cometer os crimes, que causaram prejuízo estimado de R$ 130 mil.
A delegada explica ainda que o rapaz dono do perfil usado mora em São Paulo chegou a ser procurado por algumas das vítimas. “Elas o procuravam pelo Facebook, mas ele negava conhecê-las e até alertava de que se tratava de um golpe”, disse .
Mayana revela ainda que o advogado do verdadeiro Fernando entrou já entrou em contato com o Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (GREF), onde o caso é apurado, e disse que seu cliente registrou uma ocorrência contra Bruna. O documento será anexado ao inquérito.
Ao todo, 11 pessoas já procuraram a polícia e denunciaram que foram enganadas pela mulher.as duas últimas prestaram depoimentos nesta sexta feira (24) . Uma delas é uma mulher, que namorou virtualmente com Bruna acreditando que ela era Fernando.
Ela conta que a golpista chegou a pedir R$ 50 alegando que tinha câncer e precisava fazer um exame. Depois, Bruna chegou a pagar a dívida, mas depois cobrou mais dinheiro. Em um determinado momento, desconfiou da atitude dele, mas em momento algum imaginava que se tratava de uma mulher.
“É muito ruim isso. Eu já tinha imaginado que era um estelionatário, que dava golpes nas mulheres, que fazia a gente se apaixonar para arrancar dinheiro da gente. Isso aí eu estava ciente. Mas eu fiquei chocada em ser uma mulher. Eu não esperava ser uma mulher”, desabafa a mulher, que prefere não se identificar.
A outra vítima é um corretor que teria vendido um imóvel a um cliente cooptado por Bruna. No entanto, ele teve problema ao receber a comissão. “Ela disse que a comissão era de R$ 5 mil e repassou somente R$ 2,5 mil, mas na verdade era de R$ 12 mil”, explica.
‘Vida dupla’
A delegada disse ainda que se surpreendeu com a forma como Bruna conseguia levar uma “vida dupla”. Não só para tentar estabelecer falsas relações amorosas com possíveis vítimas, mas também no dia a dia.
“O que mais me impressiona é que ela tinha uma vida dupla, uma enquanto Bruna e outra enquanto Fernando. Como Fernando, ela mantinha contatos não com pessoas que estava ali paquerando ou já tinha um namoro, mas também como amigos que ela fazia se passando por homem. Ela tinha uma vida social, ainda que virtual, enquanto Fernando”, destaca.
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