Última prisão do morador de Jaupaci aconteceu no final do mês de junho. Nome do pai dele e data de nascimento também coincidem com a do condenado por roubo no Maranhão.
O pedreiro Valter Ferreira da Silva, de 50 anos, foi preso duas vezes em Goiás por ter o nome igual ao de um foragido condenado por roubo no Maranhão. A última prisão por engano do morador de Jaupaci, na região central do estado, aconteceu no final do mês de junho e o deixou traumatizado.
“Eu estava em casa tranquilo fazendo almoço para minha filha. Estávamos eu e meu filho de 16 anos. Chegou uma policial com os papéis dizendo que tinha uma ordem de prisão. Me jogaram no presídio. Foi a maior humilhação que já passei em toda a minha vida. Estou sem conseguir dormir”, disse.
Em nota, a Polícia Civil de Goiás, que prendeu Valter, disse que os dados de foragidos são checados nas delegacias. Informou ainda que os policiais observam os documentos pessoais e os dados do Banco Nacional de Mandados de Prisão para verificar a compatibilidade, justamente para evitar a prisão de homônimos.
Apesar de serem bem diferentes fisicamente, eles têm nomes iguais. O nome do pai dele e a sua data de nascimento também coincidem com a do criminoso. Já o nome da mãe tem apenas uma letra diferente.
A primeira prisão por engano aconteceu em fevereiro de 2014. À época ele ficou detido por quatro dias e só conseguiu sair da cadeia após a população da cidade se revoltar e fazer um abaixo-assinado.
Nesta segunda vez, que aconteceu no dia 25 de junho, o pedreiro precisou de um advogado para deixar a prisão. O defensor dele conseguiu juntar os dados e a foto do verdadeiro fugitivo e entrou com uma ação na Justiça.
Ao tomar conhecimento do caso, o juiz Marcelo Morais de Souza, do Tribunal de Justiça do Maranhão, destacou que a prisão foi feita de modo equivocada e determinou a revogação imediata da detenção pelo fato de ele não ser o foragido que consta no processo.
O juiz também determinou que as informações fossem juntadas ao mandado de prisão do verdadeiro foragido para evitar outro engano.
Mesmo com a decisão, Valter, que é viúvo há mais de 20 anos, pai de três filhos e avô de três netos, tem medo de não conseguir mais emprego para sustentar sua família.
“Minha área de pedreiro. Como vou fazer para trabalhar agora? Acho que a pessoa não vai confiar mais. E se eu não arrumar serviço mais. As pessoas vão achar que eu sou um bandido”, desabafou.