Mar Dias, aos 24 anos de idade, compartilhou sua jornada de autodescoberta como pessoa não binária. A decisão favorável foi emitida no último dia 28 de agosto.
A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) obteve sucesso na retificação de nome e gênero para uma pessoa não binária, um marco importante para a instituição. A decisão favorável foi emitida no último dia 28 de agosto.
“A conquista institucionalizada do nome e gênero como a gente se identifica é muito importante, e claro, um grande passo para as pessoas não binárias”, compartilha Mar Dias em entrevista .
A ação que levou à retificação foi conduzida pela 6ª Defensoria Pública Especializada de Atendimento Inicial Cível da Capital após a assistida, Mar Dias, procurar a instituição com toda a documentação necessária em fevereiro de 2020. Inicialmente, a DPE-GO iniciou os trâmites para a retificação, mas os cartórios de registro negaram o pedido ao longo do ano.
Em dezembro do mesmo ano, Mar Dias retornou à Defensoria Pública e foi encaminhada ao Atendimento Inicial Cível. O defensor público Gustavo Alves, titular da 6ª Defensoria Pública Especializada de Atendimento Inicial Cível da Capital, solicitou ao Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) a retificação do nome e gênero conforme a identificação da assistida.
Processo de autoconhecimento
Mar Dias, aos 24 anos de idade, compartilhou sua jornada de autodescoberta como pessoa não binária. Essa identidade, que representa alguém que se identifica como agênero, significa que Mar não se encaixa nas categorias tradicionais de gênero masculino ou feminino, e os nomes e sexo registrados em seus documentos legais não refletem quem ela é.
Desde sua infância, Mar sempre se identificou com as expressões artísticas, encontrando formas de se comunicar melhor por meio da dança e do teatro. Foi no teatro, em 2014, que ela escolheu o nome “Mar” pela primeira vez, como parte de uma troca de apelidos com amigas próximas. Esse nome se tornou um marco simbólico em sua jornada de autodescoberta de gênero.
No entanto, o receio de usar seu nome verdadeiro persistiu até 2017, quando Mar ingressou na universidade. Foi durante um curso chamado “Histórias e Estudos de Gênero e Feminismo” que ela foi exposta a diversas possibilidades de identidade de gênero fora da dicotomia homem-mulher. Isso foi libertador para Mar, que descobriu que havia uma vasta gama de identidades de gênero para além do binarismo tradicional.
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