PM é afastado por suspeita de matar passageiro de carro após motorista furar blitz, em Goiânia

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PM é afastado por suspeita de matar passageiro de carro após motorista furar blitz, em Goiânia
26-10-2023
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Polícia Militar afirma que houve confronto das pessoas do veículo com a equipe policial. Família da vítima não acredita que ele tenha atirado contra os policiais.

Um policial militar foi afastado das ruas por suspeita de matar o passageiro Marcus Phelipe Souza de Almeida, de 27 anos, que foi baleado após o motorista do carro furar a blitz, em Goiânia. O caso é investigado pela Polícia Civil. Enquanto a Polícia Militar alega ter existido um confronto entre as pessoas que estavam no veículo e a equipe policial, a família da vítima não acredita que ele tenha atirado contra os policiais e que a arma tenha sido plantada.

“Já foram feitas várias diligências, a polícia já esteve no local dos fatos e agora está na fase de oitivas das testemunhas e demais envolvidos nos fatos”, explicou o delegado Marcus Cardoso.

O caso aconteceu no último sábado (21), no Setor Residencial Bouganville, durante a realização de uma blitz da Balada Responsável. Segundo a família de Marcus, na ocasião, ele e um colega iam para uma festa em direção em Aragoiânia.

Em nota  “a Polícia Militar informou que após o carro desobedecer ordem de parada, os agentes acompanharam o veículo e, em seguida, houve confronto com a equipe policial” (veja a nota completa ao final da reportagem). Também informou que os militares acionaram o socorro médico assim que constataram que o passageiro havia sido alvejado pelos disparos e que conduziram o motorista à delegacia.

Já a Secretaria de Segurança Pública informou que as investigações estão em andamento e que todos os fatos serão apurados. Além disso, reforçou que “todas as forças policiais são treinadas e seguem procedimentos padrões”.

Como os nomes dos policiais envolvidos na ocorrência não foram divulgados, não conseguiu localizar a defesa deles até a última atualização deste texto. A reportagem também não conseguiu identificar a defesa do motorista para um posicionamento. Segundo o delegado Marcus Cardoso, até a tarde de quarta-feira (25), ele ainda não tinha sido ouvido.

Família pede respostas

Os familiares de Marcus Phelipe contam que estão na luta por explicações sobre o que realmente aconteceu. À TV Anhanguera, a mãe do jovem, Janaína de Souza, disse querer provar a inocência do filho.

“Eu só quero provar a inocência do meu filho. Não quero mais nada nesse mundo. Todo mundo que conhece ele sabe que ele era um menino trabalhador”, desabafou.

A tia da vítima, Wesllane Ferreira de Souza, disse que a família não acredita que o sobrinho tenha atirado nos policiais e ainda contou que as informações recebidas sobre a localização de seu sobrinho, quando a família soube do caso, foram contraditórias.

Segundo ela, de início, a informação que chegou para a família foi que o sobrinho e o colega teriam trocado tiros com a polícia e que, ao tentarem fugir da blitz, ele estaria preso.

Com isso, a delegacia em que ela entrou em contato teria informado que ele estaria na Casa do Albergado em Goiânia. Já no local, afirmaram que ele estaria passando por uma audiência de custódia com juíza no Fórum de Aparecida. Ao chegar lá, nenhuma audiência estava sendo realizada.

Em determinado momento, a tia disse que a família recebeu uma ligação do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) em busca dos familiares dele. Na unidade, ela quem foi a responsável por reconhecer o corpo. De acordo com Weslane, o sobrinho entrou na unidade como indigente, sem documento, e o hospital teria conseguido contato com a família por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que atendeu à ocorrência.

Boletim registrado pela polícia

No boletim registrado pelos policiais que atuaram na ocorrência, é afirmado que Marcus e o motorista foram abordados na blitz e que, na ocasião, o motorista tentou fugir. Nisso, os agentes alegaram que Marcus Phelipe teria sacado uma arma e disparado contra os policiais, que “não teriam tido outra alternativa além de revidar”.

Tanto na ocorrência quanto na nota enviada pela PM, a instituição diz que os agentes chamaram o socorro imediatamente para atender a ocorrência. No entanto, a família contesta essa informação, ao afirmar que o confronto ocorreu por volta de meia-noite e meia e que o socorro só teria sido acionado uma hora depois.

Segundo informado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) à TV Anhanguera, o socorro foi acionado às 1h13 de sábado, tendo chegado ao local às 1h28. Com ferimento de arma de fogo, Marcus teria sido intubado e estabilizado no local e transportado ao Hugol.

Não tivemos  acesso a um documento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) que informa um atendimento ao paciente às 3h34. No documento, a família questiona a presença de dados errados, como a idade de Marcus, em que ele aparece como um paciente de 47 anos.Questionamos  o Hugol sobre o horário de entrada de Marcus na unidade, mas não obteve retorno.

Nota da Polícia Militar na íntegra:

“Em resposta à solicitação de nota sobre o atendimento de uma ocorrência do Batalhão de Trânsito, no setor Residencial Solar Bougainville, em Goiânia, a PMGO informa que: Na madrugada do dia 21/10/2023, durante realização do policiamento Balada Responsável, o condutor de um automóvel estava transitando no sentido contrário da via (contramão) e desobedeceu a ordem de parada proferida pela equipe policial.

Os militares iniciaram o acompanhamento do veículo, ocasião em que houve confronto com a equipe policial. Assim que constataram que o passageiro do veículo havia sido alvejado, os militares acionaram o socorro médico. O condutor do veículo foi preso e apresentado na Central de Flagrantes.

A Polícia Militar de Goiás ratifica que a Corregedoria instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias que envolvem o fato. A Corporação reitera seu compromisso de agir em estrita conformidade com a legislação e continua pronta para colaborar com a Justiça em todos os casos, ratificando sua determinação em não tolerar qualquer desvio de conduta.”

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