Sobe número de mulheres que afirmam terem tido complicações após uso de produto durante procedimentos estéticos

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Sobe número de mulheres que afirmam terem tido complicações após uso de produto durante procedimentos estéticos
04-07-2023
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Dos sete casos de pessoas que tiveram complicações gravíssimas depois de usar a substância, cinco são em Goiás. Último registro é de Goianésia.

Subiu para sete o número de mulheres que já procuraram a Polícia Civil de Goiás para denunciar complicações de saúde após terem feito diferentes procedimentos estéticos usando produtos da empresa CosmoBeauty. Segundo a polícia, o último caso registrado é de uma mulher a Professora aposentada Maria Helena de Goianésia, que está internada na UTI após ter feito um procedimento no rosto.

O filho da vítima, que não quis revelar sua identidade, foi até a delegacia de Goiânia, onde as investigações estão concentradas, para denunciar o caso. Segundo ele, a mãe está internada na UTI, inconsciente e em estado grave.

Em entrevista  o homem contou que a mãe foi até uma clínica estética no dia 9 de junho, com o intuito de fazer um procedimento de preenchimento no rosto. Mas passou mal durante o procedimento.

“Ela foi fazer um procedimento de bioestimulador de colágeno na face. Isso foi por volta das 10h. Iniciou o procedimento e, durante o processo, a pressão dela caiu. Ela se sentiu sonolenta e não acordava mais. Aí já de imediato eles [ esteticistas ] acionaram socorristas e levaram ela ao hospital”, relatou o filho.

Dos sete casos de pessoas que tiveram complicações gravíssimas depois de usar a substância, cinco são em Goiás. Um em Goiânia, três em Aparecida de Goiânia e este último em Goianésia. Os outros dois são de vítimas que moram no Paraná e fizeram os procedimentos lá.

Outras vítimas

O produto começou a ser investigado após a repercussão do caso de Betânia Lima Guarda, de 29 anos. A profissional autônoma fez um preenchimento no bumbum, em uma clínica que fica no Setor Urias Magalhães, em Goiânia, no dia 23 de junho.

Pouco tempo após o procedimento, a mulher começou a ter complicações. O ex-marido da jovem, Cláudio Fernandes, afirma que ela teve embolia pulmonar, ficou quatro dias internada na UTI, mas já recebeu alta. A defesa da esteticista disse à reportagem que não vai se pronunciar.

Outra vítima, segundo a polícia, é uma mulher de 43 anos, que aplicou o preenchedor em uma clínica no Jardim Ibirapuera, em Aparecida de Goiânia. Há uma semana, ela teve sete paradas cardiorrespiratórias e continua internada.

Também segundo as investigações, na mesma clínica de Aparecida de Goiânia, uma outra mulher, de 41 anos, teve complicações sérias após usar o produto durante um procedimento no rosto. Ela ficou internada por dois dias e se recupera em casa.

À TV Anhanguera, a clínica localizada em Aparecida disse que o produto não deveria estar no mercado e que, a venda dele, levou a clínica ao erro ao aplicar a substância nas pacientes. Alegou também que as esteticistas são habilitadas.

A quarta e a quinta vítima são pacientes do estado do Paraná. Segundo a polícia, elas passaram mal após fazerem procedimento do mesmo produto. Uma delas precisou ser internada, recebeu alta, mas continua com dificuldades para respirar.

O produto utilizado é fabricado em São Paulo. Ele é composto de ácido hialurônico reticulado e hidroxiapatita de cálcio, descrito como um “ácido hialurônico com bioestimulador”.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o produto teve sua notificação como cosmético cancelado em junho do ano passado. Por esse motivo, não pode ser vendido e nem utilizado. No entanto, durante as investigações, a Polícia Civil descobriu que pelo menos 38 caixas do preenchedor foram comercializadas em um evento realizado em Goiânia, no último dia 19 de junho.

Nesta semana, a Vigilância em Saúde (Suvisa) de Goiás proibiu a distribuição e comercialização do produto. Portanto, empresas que já contam com estes produtos em seus estoques, precisam guardá-los durante a vigência da determinação.

À  Cosmobeauty disse que está colaborando com as investigações e se defendeu, alegando que o produto supostamente usado nas pacientes está regularmente registrado na Anvisa e que não houve cancelamento do registro. Informou que a empresa determinou o recolhimento do lote até que seja constatada a eficácia do produto, sem oferecer qualquer risco à saúde.

O laboratório disse também que está certo de que ficará demonstrado que não há qualquer irregularidade. Enfatizou que acredita que o produto não causou danos às pacientes e que vai prestar assistência a essas mulheres.

Investigação

Desde que o inquérito foi instaurado, amostras do produto foram recolhidas e encaminhadas para o Instituto de Criminalística de Goiás para análise. Além disso, os prontuários médicos das vítimas estão sendo estudados pelo Instituto Médico Legal (IML). O objetivo é tentar entender o que pode ter causado as reações.

Entre outras coisas, a investigação também busca entender se quem aplicou as substâncias está habilitado a fazer esses tipos de procedimento. Especialmente porque, nenhuma das clínicas de estéticas de Goiás, que estão envolvidas no caso, possuem alvará de funcionamento e nem autorização da Vigilância Sanitária.

A delegada Emília Podestà, responsável pelo inquérito, contou que a proprietária da CosmoBeauty disse em depoimento que os produtos teriam registro e que não eram causadores das complicações. Disse também que o problema seria a técnica de aplicação das profissionais.

Contudo, a delegada afirma que nenhum dos produtos mencionados tem registro e que a forma de aplicação utilizada é “a mesma que consta da caixa e que é ensinada pelas consultoras”.

Justiça federal

Em contato com a advogada de uma das vítimas, a polícia recebeu informações que além de Goiás e Paraná, mais mulheres de vários outros estados do Brasil tiveram complicações depois de usar o produto. Por esse motivo, a polícia goiana estuda a possibilidade de mandar o resultado das investigações realizadas no estado para a Justiça Federal.

“A fabricante da marca é de São Paulo. A distribuição foi feita para Goiás e nós temos vítimas em três cidades, e já estamos encontrando vítimas em outros estados da federação. Então, nesse sentido, a gente relatou o inquérito, fez o encaminhamento para a Justiça Estadual, para que seja decidido se permanece na Justiça Estadual ou se vai para a Justiça Federal”, explica a investigadora.

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