Um dos membros era idosa de 77 anos que se passava pela beneficiária.
Quadrilha falsificava documentos e havia tentado sacar R$ 64 mil, em Goiás.
A Polícia Civil apresentou na manhã desta quarta-feira (17) uma quadrilha suspeita de fraudar saques de precatórios em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana da capital.Um advogado, de 36 anos, natural de São Paulo, é apontado como o responsável por chefiar o grupo, que tinha outras três pessoas, entre elas, uma idosa de 77 anos.
Segundo a polícia, o grupo falsificava documentos para tentar sacar o dinheiro destinado a alguns beneficiários que haviam ganhado ações judicias contra o poder público, os chamados precatórios.
A idosa e outros dois suspeitos, de 31 e 53 anos, foram presos na tarde de terça-feira (16), quando saíam de uma agência em Aparecida de Goiânia. após tentar sacar R$ 35 mil de precatório. O advogado foi preso próximo à sua residência na Vila São João, em Goiânia, horas mais tarde.
De acordo com informações da polícia, o próprio banco, que já contabilizou resgates fraudulentos, informou o Grupo de Repressão a Estelionato e Outras Fraudes (Gref), que já conduzia investigações sobre alguns casos. Com os suspeitos foram apreendidos documentos e comprovantes de endereço falsos.
Fraude
A delegada chefe do Gref, ligado à Delegacia de Investigação Criminal (Deic), Mayana Rezende, explicou que para cometer essa fraude é preciso ter informações privilegiadas de beneficiários, documentos falsos e alguém que se passe pelo favorecido, que neste caso, era a idosa.
“O advogado tinha informações de beneficiários do Pará que já haviam falecido. Outro suspeito era o responsável pela falsificação dos documentos. O terceiro envolvido, que já havia sido cliente do advogado, foi chamado por ele para encontrar uma senhora que pudesse se passar pela beneficiária e então ele chamou a própria mãe para participar”, afirmou a delegada.
Segundo a delegada, em depoimento, a idosa afirmou que sabia que estava se passando por outra pessoa e que receberia uma quantia em dinheiro por isso, mas que não entendia como funcionava a fraude.
A polícia informou que, em depoimento, os demais membros disseram que o advogado prometia 10% do valor sacado para cada um e as investigações apontam que o restante era debitado em uma conta do advogado com nome falso.
Ainda segundo Rezende, as versões de três suspeitos apontam o advogado como líder do grupo. No entanto, o ele negou participar da fraude e disse que havia apenas fornecido as informações. O homem tem uma passagem por receptação, outra por estelionato e duas por apropriação indébita (posse de algo móvel que não lhe pertence).
A delegada confirmou que o advogado e um dos suspeitos já haviam conseguido sacar R$ 66 mil com dois precatórios, mas não foi confirmada a participação dos outros dois membros nesses saques.
“Os quatro detidos tentaram realizar um saque de R$ 29 mil, mas não conseguiram e a última tentativa foi um saque de R$ 35 mil, também sem sucesso, momentos antes de serem detidos”, explicou a delegada.
Os suspeitos devem ser indiciados por tentativa de estelionato, uso de documento falso e associação criminosa.
A