Caiado: “Não queremos ver aqui as cenas dos enterros coletivos”

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Caiado: “Não queremos ver aqui as cenas dos enterros coletivos”
13-05-2020
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Agora não adianta voltarmos com ações intermediárias. É melhor [ser rígido] do que perder vidas. Não queremos ver aqui pessoas quebrando grades de hospitais atrás de um leito

Em série de entrevistas às rádios goianas, governador explicou a rigidez do novo decreto, que está sendo construído com base em dados científicos e no diálogo com os demais Poderes, prefeituras e sociedade civil organizada. Regras devem ser divulgadas até quinta-feira. “Agora não adianta voltarmos com ações intermediárias. É muito melhor [ser rígido] do que perder vidas”.

 

Diante da queda da taxa de isolamento em Goiás, que passou de 70% para 37% nos últimos dias, o governador Ronaldo Caiado anunciou, em entrevistas concedidas a rádios da Capital, na manhã desta terça-feira, 12, que vai endurecer as regras de distanciamento social em novo decreto que, segundo afirmou, deve sair até quinta-feira. As medidas vão ser mais rígidas nas cidades em que a população não respeitou a abertura gradual do comércio, o que ocasionou o crescimento do número de casos da Covid-19. Caiado quer evitar em Goiás o cenário que colapsou o sistema de saúde em outras unidades federativas, como Pará, Amazonas, Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro, Maranhão e São Paulo.

 

“Agora não adianta voltarmos com ações intermediárias. É melhor [ser rígido] do que perder vidas. Não queremos ver aqui pessoas quebrando grades de hospitais atrás de um leito ou as cenas dos enterros coletivos”, sentenciou o governador. Novo decreto deve vigorar entre 10 e 15 dias e vai permitir funcionamento de apenas atividades essenciais, como hospitais, farmácias, supermercados e indústrias de alimentos. “Teremos uma ação bem restritiva para termos um isolamento que garanta menor percentual de contaminação, e para não termos amanhã uma sobrecarga e ausência de leitos para atender as pessoas com quadros graves”, antecipou o governador, que pediu, desde já, a conscientização da população.

 

Caiado ressaltou que a decisão foi compartilhada com mais de 60 prefeitos goianos durante videoconferência realizada nesta segunda-feira, 11. O chefe do Executivo também já tem o aval do Ministério Público, Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública, Tribunal de Contas do Estado e Tribunal de Contas dos Municípios. Hoje, o governador entra em contato com o Fórum Empresarial e com as autoridades religiosas. “A maioria da população goiana está pedindo este fechamento mais rígido”, frisou.

 

“Precisamos aliar sensibilidade ao estudo e à capacidade de entender os períodos de altos e baixos. O ideal seria uma quarentena total de 60 dias, mas como sabemos que não é possível, será necessário revezar períodos de abertura e fechamento das atividades”, explicou Caiado.

 

Cenários regionais

O governador Ronaldo Caiado afirmou que o novo decreto leva em consideração um mapeamento da condição sanitária de cada um dos 246 municípios e que, a princípio, o foco das medidas editadas será as regiões mais críticas em termos de contaminação pelo novo coronavírus. “Sabemos que as cidades maiores são mais penalizadas, por terem maior fluxo sobre ela, consequentemente maior percentual de contaminação. Assim, a abrangência do quadro mais restritivo será, num primeiro momento, nos grandes eixos: capital, região metropolitana de Goiânia, Entorno do Distrito Federal e cidades ao longo de rodovias federais”, detalhou Caiado, que pretende também conseguir a adesão solidária de outras prefeituras ao projeto.

 

Na região metropolitana de Goiânia, a grande preocupação é com o transporte coletivo, motivo de várias reuniões por videoconferência entre governo, prefeituras e empresas. Sobre o tema, Caiado explicou que o Estado já apresentou projeto para auxiliar na solução do problema. O governo deverá comprar R$ 5 milhões em passagens de ônibus, de forma antecipada, para que as empresas possam usar o valor como capital de giro para garantir menos superlotação e um serviço mais eficiente à população neste período de pandemia. As passagens seriam utilizadas pelo Estado posteriormente, dentro de um prazo de seis meses. “Pedi a toda minha assessoria jurídica e à procuradora do Estado para verificar a viabilidade legal e levar essa proposta ao setor”, detalhou.

 

Equipar hospitais

O governador ainda detalhou os esforços do governo em adquirir respiradores para equipar os hospitais no Estado. “Estamos buscando autorização para levar uma comissão aos Estados Unidos, formada por três servidores especializados na área de Saúde, para que possamos fechar uma compra. A ideia é pesquisar os aparelhos disponíveis no mercado e aprender a fazer o manuseio. Já desconsiderei o mercado oriental, uma vez que outros colegas governadores tiveram problemas”, disse Caiado, citando o caso do Governo do Pará, que recebeu da China 152 respiradores que apresentaram falhas no funcionamento.

 

Caiado explicou que a aquisição de equipamentos essenciais esbarra na falta de oferta e elevação dos preços, proveniente da situação de excepcionalidade, que afeta não só o Brasil, mas todo o mundo. “Nesta hora, precisamos ter eficiência, mostrar resultados: ter leitos e o menor percentual de óbitos”, priorizou.

 

Em alusão ao Dia Internacional do Enfermeiro, comemorado no dia 12 de maio, o governador aproveitou a oportunidade, durante as entrevistas, e prestou uma homenagem aos profissionais. “Como médico que sou, reconheço o trabalho de todos os profissionais da Enfermagem, atualmente soldados numa guerra contra um inimigo invisível. Vocês são importantes desde a hora da cirurgia, passando pelo pós-cirúrgico, no tratamento de doenças crônicas, mas não só isso; vocês levam esperança ao paciente e o ajudam a resistir”, afirmou Caiado, ao citar uma frase do também médico Miguel Couto: “Mais vale a mão que dá o remédio do que o próprio remédio”.

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