Caso Fábio Escobar: Vídeo mostra quando dona de celular usado para atrair o empresário para emboscada é morta a tiros

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Caso Fábio Escobar: Vídeo mostra quando dona de celular usado para atrair o empresário para emboscada é morta a tiros
03-04-2024
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Bruna Vitória Rabelo estava grávida de sete meses quanto foi morta. Policial militar Glauko Olivio de Oliveira é apontado como responsável pelo crime.

Um vídeo mostra quando Bruna Vitória Rabelo Tavares, dona do celular usado para atrair o empresário Fábio Escobar para emboscada, é morta a tiros em Anápolis, a 55km de Goiânia. Nas imagens, Bruna aparece sentada ao lado do namorado em uma distribuidora de bebidas , quando dois homens em uma moto se aproximam, descem e disparam várias vezes contra ela.

Bruna Vitória Rabelo estava grávida de sete meses quando foi morta. O namorado dela, que conseguiu correr e escapar, apontou o policial militar Glauko Olivio de Oliveira como responsável pela execução.

O vídeo foi obtido com esclusividade. Entramos  em contato com a defesa do policial militar, mas não houve retorno até a última atualização da reportagem.

Fábio Alves Escobar Cavalcante foi morto a tiros em Anápolis, Goiás — Foto: Reprodução

 

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública, junto com outras as Forças de Segurança afirmou que “não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta”. A Corregedoria da PM-GO informou que abriu os os procedimentos legais cabíveis.

 A execução de Bruna ocorreu dois meses após o furto de seu celular, em junho de 2021. O aparelho havia sido utilizado para atrair Fábio Escobar para uma emboscada.

Na época, Bruna e o namorado procuraram a Polícia Civil para registrar o furto e também acusaram Glauko Oliveira de agredi-los. Conforme a ocorrência, os dois afirmaram que foram algemados e tiveram os rostos cobertos com sacos para que desmaiassem. Quando acordaram, estavam ensanguentados.

Carlos Eduardo Rodrigues da Silva, namorado de Bruna, prestou depoimentos à Polícia Civil, nos quais acusou o policial militar Glauko Olivio de Oliveira de participar da morte de Fábio Escobar. O policial está preso desde o ano passado.

Glauko Olivio de Oliveira também é acusado de envolvimento em confrontos anteriores, nos quais seis amigos de Bruna foram mortos por policiais militares 

veja abaixo como cada um foi morto.

Bruna Rabelo foi morta a tiros em Anápolis — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Operação que prendeu policiais

Em uma operação da Polícia Civil em 2023, 10 policiais militares foram presos na operação que investiga assassinatos em Anápolis e Terezópolis de Goiás.

Na denúncia realizada pelo Ministério Público, uma testemunha chegou a dizer que o policial Glauko Olivio de Oliveira “plantou” uma arma de fogo, utilizada para matar Bruna Vitória Rabelo Tavares, com a finalidade de atribuir a autoria do homicídio dela aos outros amigos mortos no suposto confronto – Gabriel Santos Vital, Gustavo Lage Santana e Mikael Garcia de Faria.

O grupo de policiais é suspeito também de coletar informações prévias sobre as vítimas, como fotografia da placa de carro e localização em tempo real. Eles faziam o monitoramento e tinham até equipamento de rastreamento eletrônico, que foi colocado no carro de uma das vítimas

Segundo as conversas de Marco Aurélio Silva Santos, Thiago Marcelino Machado e Adriano Azevedo Souza, os policiais militares envolvidos executaram um dos confrontos no período noturno, horário em que a rua ficaria com menos movimento de pessoas e carros.

Jorge Caiado e Cacai Toledo

Jorge Caiado (à esquerda), Carlos César Savastano Toledo, conhecido como Cacai (meio), e o empresário morto a tiros, Fábio Alves Escobar Cavalcante (lado direito) — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

O assessor da Assembleia Legislativa (Alego), Jorge Luiz Ramos Caiado virou réu por participar do assassinato do empresário Fábio Alves Escobar Cavalcante. A denúncia do Ministério Público argumentou que Caiado era aliado do ex-presidente do Democratas, Carlos César de Toledo, conhecido como Cacai, denunciado como mentor intelectual do crime. A investigação concluiu que Escobar foi assassinado após denunciar desvios de dinheiro na campanha eleitoral de Cacai, em 2018.

Em nota, a assessoria jurídica de Jorge Caiado informou que, após o aditamento da denúncia, a defesa enfrentou dificuldades para acessar os elementos de prova, e ressaltou o uso de depoimentos dissidentes e matérias jornalísticas pelo Ministério Público, o que é repudiado por Caiado.

A denúncia ainda diz que, movidos por vingança, Caiado e Cacai teriam se reunido, em fevereiro de 2019, com o Coronel Benito Franco Santos, então comandante da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam). Eles teriam dito que Escobar estaria ameaçando Cacai e que a única forma de resolver seria “só matando”, conforme a denúncia.

Segundo a denúncia, o coronel se recusou a participar da “empreitada” e, então, Caiado e Cacai ainda se reuniram com o ex-chefe da Casa Militar, Coronel Newton Nery Castilho, para buscar apoio para “exterminar Fábio Escobar”. Conforme o documento, Castilho também negou a proposta e declarou que não era “jagunço”.

Apesar das negativas, Caiado e Cacai mantiveram o plano e, para cumpri-lo, aliciaram os policiais militares denunciados como executores do crime, que, segundo a denúncia, após o assassinado do empresário, receberam promoções por “ato de bravura” em confronto policial com resultado morte.

Veja como cada vítima foi morta

O empresário Fábio Escobar foi assassinado a tiros por dois homens, na noite do dia 23 de junho de 2021, no Setor Jamil Miguel, em Anápolis. As informações são de que os criminosos estavam em um carro e usavam máscaras tipo “balaclava”. A vítima chegou a ser socorrida com vida, mas morreu no Hospital Municipal da cidade.

As investigações concluíram que Fábio foi atraído para uma emboscada. Dias antes do crime, ele recebeu ligações de uma pessoa que se apresentava como ‘Fernando’, que queria negociar a compra e venda de um imóvel. O empresário e essa pessoa combinaram de se encontrar no dia em que o crime aconteceu.

A denúncia afirma que o policial militar Welton da Silva Vieiga participou do homicídio do empresário. A constatação foi feita a partir da quebra de sigilo de um aparelho Samsung, que revelou que o celular foi usado para fazer a ligação para a vítima e atraí-la para o local.

Informações do rastreio do celular mostram que, nos três dias em que o aparelho Samsung ficou operando, ele estava nas imediações do endereço residencial do PM.

Em dezembro de 2022, o policial virou alvo em outro caso de homicídio. Com isso, a polícia acabou indo até a casa dele cumprir um mandado de busca e apreensão. Durante o cumprimento da ordem, Welton reagiu atirando nos policiais civis e, na sequência, cometeu suicídio.

Em sua residência foram localizadas três armas de fogo (todas calibre 38), 49 munições, duas máscaras tipo “balaclava”, uma placa de veículo e roupas sujas de sangue.

Outro elemento importante para a investigação é o fato de que a esposa de Welton está envolvida em três ocorrências de morte por intervenção policial junto com o marido e os policiais: Almir Tomás de Aquino Moura e Marcos Jesus Rodrigues (ambos presos na Operação Tesarac).

“Ou seja, tais policiais militares se conhecem e já trabalharam juntos. Inclusive, Marcos Jesus e a esposa de Welton efetuaram transações financeiras entre si, totalizando a quantia de R$ 63 mil”, destaca a denúncia.

As mortes de Gabriel, Gustavo e Mikael

Em 23 de agosto de 2021, dois meses após a morte do empresário Fábio, foi registrado um confronto policial, também no período noturno, em Terezópolis de Goiás. Durante essa ocorrência, foram mortos: Gabriel Santos Vital, Gustavo Lage Santana e Mikael Garcia de Faria.

Segundo a denúncia, todos eles eram amigos de uma mulher chamada Bruna Vitória Rabelo e do namorado dela, que é traficante de drogas.

O celular Samsung, usado para atrair o empresário Fábio para a emboscada, e um outro aparelho modelo Motorola, pertenciam à Bruna e o namorado dela. Mas foram roubados, segundo o traficante, durante uma abordagem policial meses antes dos crimes.

O documento afirma que estão envolvidos nesse confronto os policiais: Glauko Olívio de Oliveira, Rodrigo Moraes Leal, Thiago Marcelino Machado, Wembleyson de Azevedo Lopes, Jhonatan Ribeiro de Araújo e Adriano Azevedo Souza (todos presos).

Na época, os policiais disseram à Subdelegacia de Terezópolis que, durante uma abordagem, os três homens teriam causado acidentes de trânsito, fugido para uma região de mata e efetuado disparos contra a equipe policial. Por conta dessas agressões, eles revidaram os tiros e, consequentemente, causaram a morte do trio.

No entanto, dados extraídos da quebra de sigilo dos telefones dos PMs, constataram que o policial Marco Aurélio Silva Santos enviou mensagens para os policiais Thiago e Adriano confessando que havia sido colocado um rastreador no carro de uma das vítimas.

As conversas também mostraram que Marco Aurélio enviou mensagens informando a localização em tempo real das vítimas antes do crime, bem como fotos da placa do carro.

“Os policiais militares envolvidos possuíam total controle da situação e não havia agressão injusta por parte das vítimas, retardando deliberadamente o suposto confronto para o período noturno, horário em que a rua ficaria com menos movimento de pessoas e carros”, afirma o documento.

A morte de Bruna

Após a morte de Gabriel, Gustavo e Mikael, ainda no dia 23 de agosto de 2021, Bruna Vitória (a dona do Samsung) também foi morta a tiros por dois homens, que estavam em uma moto.

O traficante, que era namorado da mulher, estava com ela no momento, mas conseguiu sair ileso. Em depoimento, ele reconheceu o policial Glauko como sendo um dos atiradores.

A denúncia afirma que os policiais plantaram uma arma na cena do crime. O objetivo era responsabilizar Gabriel, Gustavo e Mikael pela morte da amiga Bruna.

As mortes de Daniel, Bruno e Edivaldo

No dia 19 de fevereiro de 2022, aproximadamente às 4h, os policiais Glauko, Thiago Marcelino e Wembleyson, efetuaram disparos de arma de fogo durante um suposto confronto e acabaram causando a morte de Bruno Chendes, Edivaldo Alves da Luz e Daniel Douglas de Oliveira.

Segundo a denúncia, os três homens mortos eram amigos do traficante, que namorava Bruna até ela ser morta. Inclusive, pouco antes de serem mortos, os três homens estavam com o traficante.

O documento também cita que, nesta ocorrência, foram apreendidas armas de fogo e bloqueador de sinal de rádio. Mas os PMs declararam que não encontraram nenhum aparelho celular.

Além disso, no mesmo dia do confronto, foram registrados três telefones em nome de Bruno Chendes, mas a vítima supostamente estava morta desde às 4h (madrugada).

As investigações constataram que as três vítimas foram torturadas até a morte para que fornecessem informações sobre o paradeiro do traficante.

“Os policiais militares declararam que foram efetuados 35 disparos de arma de fogo no suposto confronto, mas apenas uma cápsula foi encontrada pela perícia, sendo isso indicativo de adulteração do local do crime”, destaca o texto

Nesse trecho, a denúncia afirma que era muito importante para os policiais que o traficante fosse localizado. Isso porque, ele havia reconhecido Glauko no crime contra Bruna.

Relações entre os PMs e as mortes

Após a exposição dos fatos, a denúncia explica qual a relação entre os policiais militares e as mortes. Entenda:

O policial Welton da Silva integrava o mesmo batalhão dos militares Marcos Jesus e Almir Tomás. Todos acabaram sendo investigados pela morte do empresário Fábio Alves.

Marcos Jesus era investigado pela morte do empresário por ter acessado os dados cadastrais da vítima, alguns dias antes de sua morte.

Almir Tomás era investigado pela morte do empresário por ser o titular da Internet utilizada para a pesquisa.

O policial Welton era amigo próximo do policial militar Thiago Marcelino. Os dois, inclusive, estacionavam carros um na garagem do outro.

Thiago Marcelino era amigo próximo do PM Erick Pereira da Silva.

Erick é apontado como dono da rede de wifi em que um celular Samsung foi conectado e usado para atrair o empresário Fábio Alves para a emboscada.

Para supostamente encobrir as provas do crime de homicídio contra o empresário Fábio Alves, Bruna Vitória foi morta a tiros.

Um traficante era namorado da mulher e sobreviveu ao ataque. Em depoimento, ele afirma que um dos policiais responsáveis pela morte da Bruna é o policial Glauko.

Gabriel, Gustavo e Mikael, que eram amigos da mulher, foram mortos em um suposto confronto com os policiais Glauko, Thiago Marcelino, Adriano e Wembleyson.

As investigações sugerem que os policiais plantaram uma arma de fogo na cena do suposto confronto. O objetivo era responsabilizar as vítimas pela morte de Bruna.

Apesar do policial Marco Aurélio não estar na equipe, a denúncia afirma que ele estava monitorando as vítimas e passando informações em tempo real para Thiago e Adriano.

Na tentativa de localizar o traficante, os PMs Glauko, Thiago Marcelino e Wembleyson, em outro suposto confronto com disparos de arma de fogo, mataram Bruno Chendes, Edivaldo e Daniel, que eram amigos dele.

Veja quem são os PMs presos:

  • Glauko Olívio de Oliveira
  • Marcos Jesus Rodrigues
  • Almir Tomás de Aquino Moura
  • Erick Pereira da Silva
  • Thiago Marcelino Machado
  • Adriano Azevedo Souza
  • Wembleyson Azevedo Lopes
  • Jhonatan Ribeiro de Araújo
  • Marco Aurélio Silva Santos
  • Rodrigo Moraes Leal

Vídeo TV Anhaguera

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