Ela não está ligada à grande quantidade de casos registrados em Goiás. Linhagem pode causar sintomas mais graves da doença
O tipo de vírus da dengue indentificado pela primrira vez no Brasil faz parte de uma das linhagens existentes de um dos sorotipos da doença. Ela é mais transmissível e pode causar sintomas mais graves.
O vírus da dengue possuiu quatro sorotipos: 1, 2, 3 e 4. Cada um deles pode ser dividido em vários genótipos, ou linhagens. O genótipo cosmopolita é uma das seis linhagens do sorotipo 2. Ele foi identificado em um morador de 57 anos de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
A cosmopolita já foi registrada em países da Ásia, Pacífico, Oriente Médio e África. Na América do Sul, houve apenas um registro até então: no Peru em 2020.
“O sorotipo 2 tem um potencial maior de causar formas graves da dengue. Ela pode fazer com que o organismo da pessoa tenha uma doença mais exacerbada, principalmente com diminuição de plaquetas. A pessoa pode ter derrame pleural no pulmão de uma forma mais exacerbada. São sintomas que já são conhecidos da dengue, mas potencializados”, explicou a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Flúvia Amorim.
A identificação do caso foi realizada em fevereiro em uma amostra referente a um caso ocorrido no final de novembro. O registro foi em um estudo entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Laboratório Central de Saúde Pública de Goiás (Lacen-GO).
Pesquisadores descartam relação com surto em Goiás
Apesar da nova linhagem, as autoridades em Saúde afirmaram que a nova linhagem não tem relação com o grande número de casos de dengue registrados no Estado.
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz, a possibilidade de associação entre a linhagem cosmopolita e o aumento de casos no estado goiano é descartada, até o momento, com base no sequenciamento genético de amostras feito em Goiás.
Dados do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), divulgado no último dia 29, mostram que a incidência da dengue em Goiás é cinco vezes maior do que a média em todo o Brasil, que é de 254 diagnósticos para cada grupo do mesmo número de pessoas.