Estudante de pedagogia transforma carro em ‘loja móvel’ para driblar a crise, em Goiânia

A loja nada mais é que o porta-malas do veículo adaptado para expor roupas e acessórios. Com um armário de madeira improvisado, cabides e arara, ela chega a vender os seus produtos em cinco feiras pela cidade.

Antes da pandemia, Marcella trabalhava vendendo os mesmos produtos, mas visitava os clientes em casa. Por conta do isolamento social, ela viu o seu faturamento despencar. Foi aí que ela decidiu procurar por outras alternativas de trabalho.”Eu me mudei para Goiânia há quatro anos e desde então não consegui encontrar um emprego formal. Comecei a vender pela internet e ir pessoalmente até as casas das pessoas, mas agora tá tudo mais difícil. Tive que trancar a faculdade porque não estava conseguindo pagar a mensalidade e não vi outra saída a não ser me reinventar”, contou.

Há dois meses com a loja móvel, ela já conseguiu dobrar o faturamento que tinha anteriormente.”As pessoas ficam super curiosas com o carro. Eu tive a preocupação de fazer tudo bem certinho. Contratei um marceneiro para fazer a caixa onde eu coloco o estoque, o armário, a arara. E claro, me preocupo em seguir todos os cuidados, usando máscara, higienizando as peças com álcool”, explicou.

Marcella conta ainda que antes de transformar o seu carro em instrumento de trabalho, ela pretendia se desfazer do veículo porque estava tendo mais prejuízos do que benefícios com ele. No entanto, depois que a loja móvel deu certo, ela mudou de ideia.

“O carro é bem velhinho, tem 15 anos já. Então ele sempre deu muito problema. Antes meu salário ficava quase todo no concerto de defeitos que iam surgindo. Agora ele tá me ajudando muito. Tanto que tenho até ciúmes dele, não quero vender mais”, concluiu.