Jogador do Vila Nova recebeu ‘sinal’ de R$ 10 mil para provocar pênalti no primeiro tempo de jogo, diz MP; veja lista dos jogadores suspeitos

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Jogador do Vila Nova recebeu ‘sinal’ de R$ 10 mil para provocar pênalti no primeiro tempo de jogo, diz MP; veja lista dos jogadores suspeitos
15-02-2023
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Pomotor explicou que, se o pênalti fosse marcado – o que não aconteceu, ele receberia mais R$ 140 mil. Próprio Vila Nova denunciou esquema ao Ministério Público, que cumpriu 9 mandados de busca e apreensão e um de prisão.

Um jogador do Vila Nova, que é investigado por participar de esquema que fraudava resultados dos jogos  da serie B do campeonato brasileiro , recebeu um “sinal” de R$ 10 mil para provocar um pênalti no primeiro tempo de jogo, segundo o Ministério Público de Goias (MP-GO). O promotor de Justiça Fernando Martins Cesconetto explicou que, se o pênalti fosse marcado – o que não aconteceu, ele receberia mais R$ 140 mil. O próprio Vila Nova, que é vítima, denunciou o esquema ao MP.

“Houve o pagamento de um sinal de R$ 10 mil. A promessa era de R$ 150 mil, sendo R$ 10 mil adiantado e R$ 140 mil depois. Como não teve o pênalti, foi só o pagamento de R$ 10 mil”, disse o promotor.

A operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira (14) e cumpriu nove mandados de busca e apreensão, sendo dois deles em Goiânia e outros em quatro estados (veja abaixo a lista dos jogadores suspeitos). Durante a ação, um empresário foi preso temporariamente, em São Paulo, suspeito de ser responsável pelas apostas e de intermediar contatos com jogadores.

O jornal O Popular conseguiu, com exclusividade, a lista dos investigados na operação. A informação foi repassada à reportagem por uma fonte do MP. Entre os atletas investigados, estão dois jovens que têm ou tiveram alguma relação com o Vila Nova Futebol Clube: Gabriel Domingos, atual volante do Tigrão, e o meia Romário, ex-jogador do Vila (veja os outros nomes abaixo).

Veja a lista dos jogadores suspeitos:

  • Gabriel Domingos de Moura: atual jogador do Vila Nova-GO
  • Marcos Vinícius Alves Barreira (conhecido como Romário): ex-jogador do Vila Nova-GO
  • Joseph Maurício de Oliveira Figueiredo: jogador do Tombense
  • Mateus da Silva Duarte: jogador do Cuiabá

g1 pediu um posicionamento para cada um dos jogadores, por meio das redes sociais deles, em mensagens enviadas por volta de 18h40 desta terça-feira, e aguarda retorno desde a última atualização.

Dinheiro em troca de pênalti

A partida que teria envolvido jogador do Vila Nova foi de um jogo do time goiano contra o Sport, ocorrido em 2022. Além deste jogo, outros dois são investigados pelo MP: Sampaio Correia x Londrina e Tombense x Criciúma, ambos do mesmo ano. Apesar disso, o promotor disse que, durante as buscas e apreensões, foram achados indícios de fraudes em jogos em 2023 – o que ainda será investigado.

No caso dos três jogos investigados pelo MP, teria havido a combinação de que, caso os jogadores marcassem pênaltis no primeiro tempo, eles receberiam a quantia de R$ 150 mil, sendo R$ 10 mil pagos antes, como um “sinal”, e os outros R$ 140 mil pagos após o resultado obtido.

Segundo o promotor, nos jogos de Sampaio Correia x Londrina e Tombense x Criciúma os jogadores marcaram os pênaltis, da forma havia sido combinada com os apostadores. No entanto, no jogo do Vila Nova x Sport não houve a marcação, o que teria motivado a “cobrança” dos apostadores de jogador envolvido.

“No jogo do Vila não teve o pênalti e os apostadores cobraram os jogadores a devolução do prejuízo causado”, disse.

Como funcionava o esquema

O MP explicou que o esquema funcionava da seguinte forma: os apostadores faziam propostas para atletas marcarem pênaltis nos primeiros tempos de cada jogo. Caso os jogadores aceitassem, era feito o pagamentos do “sinal”. Após a partida, caso o pênalti tivesse sido feito, os jogadores receberiam o restante do valor combinado.

O MP disse que o lucro estimado pelos apostadores era de R$ 500 mil a até R$ 2 milhões. Como no jogo do Vila Nova não houve a marcação do pênalti, os apostadores começaram a “cobrar” o jogador pela devolução do prejuízo causado.

Em nota, o Vila Nova Futebol Clube disse que auxilia na investigação, na condição de denunciante. A assessoria do Tigrão disse ainda que aguarda a manifestação do MP-GO com mais informações e “ressalta seu papel colaborativo e o compromisso com valores éticos, morais e de lisura que são princípios do clube e do esporte”.

Print mostra anúncio de aposta

As apostas eram feitas, normalmente, por grupos de WhatsApp. Um print divulgado pelo Ministério Público, obtido após apreensão de materiais eletrônicos em imóveis de investigados, mostra um anúncio de uma das apostas, referente aos jogos do último fim de semana (veja acima).

O print é de uma conversa em um grupo do app, onde é possível ver que um dos participantes enviou uma mensagem denominada “Operação Pênalti”. O responsável colocou os valores que seriam pagos de “sinal” e as quantias que seriam pagas no “pós”, depois que os jogadores marcassem os devidos pênaltis.

Na mensagem, é possível ver, por exemplo, que, para um jogo do Villa Nova Atlético Clube, que é um time de Minas Gerais, o sinal seria de R$ 15 mil e o pós de R$ 55 mil.

“O print mostra como eram as apostas contratadas. Isso é do último fim de semana e bate com o ‘modus operandi’ dos jogos investigados do ano passado. Os nomes que estão borrados são de apostadores”, disse o promotor.

O MP ressaltou que as casas de apostas também são vítimas do esquema e que os investigados são os apostadores e atletas.

Operação do MP

A operação foi deflagrada na manhã desta terça-feira pelo MP, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) e do Grupo de Atuação Especial em Grandes Eventos do Futebol (GFUT).

A investigação começou em novembro de 2022 após uma denúncia feita pelo próprio Vila Nova, que é vítima no esquema, segundo o MP. Foram cumpridos um mandado de prisão em São Paulo (SP) e nove mandados de busca e apreensão em Goiânia, São Joã del Rei MG , Cuiabá (MT), São Paulo (SP), São Bernado do Campo SP e Porciúcula RJ.

Segundo o promotor, os envolvidos são investigados pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção em âmbito esportivo.

Os próximos passos da operação serão fazer interrogatórios de envolvidos e avaliação dos materiais arrecadados durante as buscas e apreensões ocorridas nesta terça-feira.

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Operação do MP investiga fraude em resultado de jogos do Campeonato Brasileiro, em Goiás — Foto: Divulgação/Ministério Público

Print mostra como funcionava apostas investigadas por fraudar resultados de jogos  — Foto: Divulgação/Ministério Público

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