Menina que chorou após mulher dizer que ‘não existe princesa preta’ afirma que perdoa autora da ofensa

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Menina que chorou após mulher dizer que ‘não existe princesa preta’ afirma que perdoa autora da ofensa
09-01-2020
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Garota de 9 anos escreveu uma carta para a mãe para contar sobre o que tinha acontecido durante uma brincadeira em um parque de Anápolis. Delegado afirma que caso é crime.

Aos 9 anos de idade, a estudante Ana Luiza Cardoso deu uma lição de grandeza. No primeiro dia de 2020,  ela ouvira dizer que de uma mulher que  existe princesa preta . Triste, ela escreveu uma carta à mãe perguntando se era verdade. Depois de entender que havia sido vítima de preconceito, ela perdoou a autora da ofensa – que ainda não foi identificada.“Eu fiquei triste, mas desculpar, eu desculpo ela. […] Eu não me importo de ser preta, negra, branca.Importa é que eu tenho a minha cor.”, afirmou.

Ana Luiza contou como tudo aconteceu, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo ela, foi durante um piquenique no dia 1º de janeiro que ela ouviu a frase racista.

“Eu estava debaixo do castelo escorregador, aí eu falei: “Eloá, você vai ser a rainha e eu vou ser a princesa”. Aí a mulher falou assim: “Não existe princesa negra não”. Eu peguei e só olhei pra ela, fiquei triste […]”, recordou.

Carta da Ana para a mãe ler — Foto: Luciana Cardoso/Arquivo Pessoal

Depois de ter sido vítima de preconceito, a pequena escreveu uma carta à mãe, perguntando se ouvira a verdade da mulher no parquinho (leia acima).

Uma tia da estudante publicou a cartinha em uma rede social e dezenas de pessoas se juntaram à indignação da família com tudo o que aconteceu.

O delegado Manoel Vanderic disse que a atitude dessa mulher é considerada criminosa.“A ofensa direcionada exclusivamente àquela criança ou a uma pessoa especificamente, utilizandoqualquer elemento de raça, cor, etnia, é tipificado no código penal como injúria racial”, detalhou.

Estudante Ana Luiza Cardoso, de 9 anos, que ouviu de mulher que 'não existe princesa preta' — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Ieda Leal, coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado, também soube da história e apoiou Ana Luiza, usando o caso como mais um exemplo da importância de combater o racismo.

“Para mim, é o primeiro ato revolucionário de 2020. Uma criança de 9 anos, no Centro-Oeste, que nos alerta que o racismo é criminoso. Esse ato é um ato criminoso. Nós temos que exigir a punição […] e nos envolver para garantir a proteção a todas as meninas negras, princesas nesse País.”, defendeu.

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