Garota de 9 anos escreveu uma carta para a mãe para contar sobre o que tinha acontecido durante uma brincadeira em um parque de Anápolis. Delegado afirma que caso é crime.
Aos 9 anos de idade, a estudante Ana Luiza Cardoso deu uma lição de grandeza. No primeiro dia de 2020, ela ouvira dizer que de uma mulher que existe princesa preta ”. Triste, ela escreveu uma carta à mãe perguntando se era verdade. Depois de entender que havia sido vítima de preconceito, ela perdoou a autora da ofensa – que ainda não foi identificada.“Eu fiquei triste, mas desculpar, eu desculpo ela. […] Eu não me importo de ser preta, negra, branca.Importa é que eu tenho a minha cor.”, afirmou.
Ana Luiza contou como tudo aconteceu, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Segundo ela, foi durante um piquenique no dia 1º de janeiro que ela ouviu a frase racista.
“Eu estava debaixo do castelo escorregador, aí eu falei: “Eloá, você vai ser a rainha e eu vou ser a princesa”. Aí a mulher falou assim: “Não existe princesa negra não”. Eu peguei e só olhei pra ela, fiquei triste […]”, recordou.
Depois de ter sido vítima de preconceito, a pequena escreveu uma carta à mãe, perguntando se ouvira a verdade da mulher no parquinho (leia acima).
Uma tia da estudante publicou a cartinha em uma rede social e dezenas de pessoas se juntaram à indignação da família com tudo o que aconteceu.
O delegado Manoel Vanderic disse que a atitude dessa mulher é considerada criminosa.“A ofensa direcionada exclusivamente àquela criança ou a uma pessoa especificamente, utilizandoqualquer elemento de raça, cor, etnia, é tipificado no código penal como injúria racial”, detalhou.
Ieda Leal, coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado, também soube da história e apoiou Ana Luiza, usando o caso como mais um exemplo da importância de combater o racismo.
“Para mim, é o primeiro ato revolucionário de 2020. Uma criança de 9 anos, no Centro-Oeste, que nos alerta que o racismo é criminoso. Esse ato é um ato criminoso. Nós temos que exigir a punição […] e nos envolver para garantir a proteção a todas as meninas negras, princesas nesse País.”, defendeu.