Mulher que sobreviveu a atentado de motociclista relata crime em Goiânia

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Mulher que sobreviveu a atentado de motociclista relata crime em Goiânia
06-08-2014
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Ele tinha características parecidas às de suposto ‘serial killer’, diz mulher.
PM alerta para que pessoas não se assustem com boatos.

Uma jovem que prefere não se identificar diz que foi perseguida, na terça-feira (5), por um homem em uma motocicleta preta no Centro de Goiânia. Muito assustada, a mulher afirma que ele tem as mesmas características do suposto assassino em série que estaria agindo na capital. A Polícia Civil não acredita na hipótese de um “serial killer”, mas não descarta a possibilidade.

A jovem relata que ficou desesperada com a situação e com medo de ser uma vítima do motociclista. “Um motoqueiro estava me acompanhando. Sempre olhando para mim, sem falar nada e bem devagar. Se fosse uma pessoa comum que quisesse falar comigo teria aberto a viseira do capacete”, relata a mulher.

De acordo com a jovem, ela foi perseguida até o trabalho, mas não sofreu nenhum tipo de violência. Ela acionou a Polícia Militar pelo telefone 190. No entanto, segundo a mulher, o agente que a atendeu não acreditou no que ela relatou.

“O policial que me atendeu falou que eu estava passando trote. E eu informei o local do meu trabalho, onde aconteceu tudo. Ele falou que mandaria uma viatura, mas não chegou a viatura”, reclama a jovem.

A Polícia Militar informou, em nota, que a “atuação do policial foi equivocada”. A corporação orienta que “ao vivenciar situações assim, o cidadão deve colher o maior número de informações possíveis, embora saibamos que a pessoa está em situação de estresse, alguns dados são fundamentais, como a placa do veículo, a cor da roupa do suspeito, altura, silhueta, cor de pele. Essas informações são repassadas em tempo real para todas as viaturas de área e especializadas, visando a abordagem do indivíduo”.

A Polícia Militar informou, em nota, que a “atuação do policial foi equivocada”. A corporação orienta que “ao vivenciar situações assim, o cidadão deve colher o maior número de informações possíveis, embora saibamos que a pessoa está em situação de estresse, alguns dados são fundamentais, como a placa do veículo, a cor da roupa do suspeito, altura, silhueta, cor de pele. Essas informações são repassadas em tempo real para todas as viaturas de área e especializadas, visando a abordagem do indivíduo”.

Outro pedido da PM é que a população evite “disseminar boatos, mensagens nas redes sociais ou em aplicativos de celular contendo informações ou notícias falsas sobre mortes de mulheres ou supostas prisões de suspeitos”. A corporação alerta que não é porque a pessoa usa motocicleta que é assassino.

Força-tarefa
Para elucidar homicídios que ocorreram contra mulheres na capital, a Polícia Civil de Goiás montou uma força-tarefa com o apoio de 16 delegados, sendo os nove da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), três que atuam em outras delegacias e mais três do interior do estado. Além deles, 30 agentes e dez escrivães também participam do trabalho.

Ana Lídia Gomes, 14, foi baleada e morta em ponto de ônibus (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Ana Lidia morta em ponto de onibús

 

A força-tarefa foi criada após o assassinato da estudante Ana Lídia Gomes, de 14 anos, em um ponto de ônibus da capital, no sábado (2). Para a família, a morte está ligada à série de homicídios envolvendo mulheres na capital.

Após a morte de Ana Lídia, diversas pessoas passaram a comentar sobre o assunto nas redes sociais e a pedir que as autoridades se mobilizem. Em diversos perfis, internautas colocaram fotos com símbolos e frases de luto, cobrando respostas nos casos ainda em aberto e também maior segurança na capital.

Assassino em série
O delegado titular da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), Murilo Polatti, acredita que os crimes não foram cometidos pelas mesmas pessoas, mas não descarta a possibilidade. As investigações apontam que as motocicletas usadas são de marcas e cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não serem as mesmas.

O delegado explica que algumas das investigações indicam crimes passionais e outras apontam envolvimento das vítimas com consumo e tráfico de drogas, mas também não dá detalhes para não comprometer os inquéritos. “Nós não descartamos também que autores venham utilizando esse modo de agir inclusive para desviar a investigação. Dessa forma, seja por crime passional ou envolvimento com tráfico esse crime vai recair para o suposto maníaco”, diz..

Inicialmente, os policiais estavam focados nos assassinatos de 12 mulheres que ocorreram de forma semelhante: o suspeito chega de moto, saca a arma, dispara contra a vítima e foge sem levar nada. No entanto, na terça-feira (5), a polícia incluiu na força-tarefa mais quatro homicídios, sendo um deles o de um homem, e duas tentativas de execução de vítimas do sexo feminino, pois estes crimes podem estar relacionados com os demais.

Retrato falado de suspeito de matar a assessora parlamentar Ana Maria Victor Duarte em Goiânia, Goiás (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

retrato falado do suposto serial killer

Gravação
A suspeita de que um assassino em série estaria agindo em Goiânia surgiu no fim do mês de maio, após uma mensagem de voz ser compartilhada pelo aplicativo de celular WhatsApp. Nela, uma pessoa não identificada diz que um homem já havia matado 12 mulheres na capital. No entanto, na época, a polícia tratou o caso como boato.

A mensagem informa que o “serial killer tem uma motocicleta preta e um capacete preto” e que age, principalmente, nos setores Jardim América, Sudoeste e Nova Suíça. Além do áudio, também é compartilhado o retrato falado do suposto assassino. A imagem realmente foi elaborada pela DIH e retrata o suspeito de executar a assessora parlamentar Ana Maria Victor Duarte, de 26 anos, na porta de uma lanchonete do Setor Bela Vista, no dia 14 de março.

Posteriormente, uma montagem com a foto de um jovem e com o retrato falado do suposto serial killer foi compartilhada no aplicativo de celular WhatsApp e em redes sociais, como se ele fosse o autor dos crimes. Quem aparece na imagem é o consultor de vendas Rafael Siqueira Aleixo, de 27 anos, que não tem relação com os casos.

O jovem afirmou que teve que mudar sua rotina e a aparência por causa da comparação. Com medo de ser morto por justiceiros, ele procurou a Polícia Civil para denunciar a divulgação da mensagem que utiliza sua foto como sendo a do criminoso. “Não é brincadeira ser acusado de algo tão sério, nunca fiz mal a ninguém. Minha família e meus amigos estão muito preocupados. Tenho medo de morrer”, relatou o jovem em entrevista ao G1, em junho.

 

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