Senadores aprovam reeleição presidencial no Paraguai; manifestantes invadem e põem fogo no Congresso

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Senadores aprovam reeleição presidencial no Paraguai; manifestantes invadem e põem fogo no Congresso
01-04-2017
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Parte da oposição denuncia a medida como um “golpe parlamentar”. Confrontos deixaram ao menos 12 feridos, diz agência.

O Senado do Paraguai, dominado por partidários do presidente Horacio Cartes, aprovou nesta sexta-feira (31) a reeleição presidencial, o que deflagrou incidentes entre opositores e a polícia. Manifestantes conseguiram entrar no prédio do Congresso, que fica no centro histórico de Assunção. A polícia disparou balas de borracha, e os manifestantes colocaram fogo no prédio. O canal Telefuturo trasmitiu a confusão em ao parlamento

No total, 25 dos 45 senadores votaram a favor da emenda que institui a reeleição. A emenda deverá ser ratificada neste sábado pela Câmara dos Deputados, também controlada pelos governistas.

Os senadores não votaram no plenário do Senado, e sim em um gabinete do Congresso, diante da resistência de legisladores da oposição contra a medida. O presidente do Senado, Roberto Acevedo, o primeiro vice-presidente do Senado, Eduardo Petta, e outros legisladores da oposição ocuparam o plenário da Casa para impedir a votação.

A emenda foi apoiada por opositores ligados ao ex-presidente de esquerda Fernando Lugo, mas o restante da oposição denunciou a medida como um “golpe parlamentar”.

A emenda ainda deve ser votada pela Câmara dos Deputados. Seu presidente Hugo Velázquez, disse que recebeu o projeto nesta sexta e informou que irá votá-lo no plenário da Casa no sábado. O presidente Cartes tem uma folgada maioria na Câmara dos Deputados, integrada por 80 legisladores.

Após ser confirmada pela Câmara dos Deputados, a emenda será submetida a um referendo nacional, no prazo de três meses, convocado pelo Tribunal Superior de Justiça Eleitoral.

A Constituição vigente no Paraguai não permite a reeleição desde 1992.

Magnata dos refrigerantes e do tabaco, o presidente Cartes foi eleito para um mandato de cinco anos em 2013. Seus apoiadores mais entusiasmados querem que ele possa se candidatar para mais um mandato no ano que vem, mas críticos dizem que uma mudança constitucional feita para beneficiar um presidente no cargo seria injusta.

 

Confrontos

 

Houve dois momentos de confrontos violentos com a polícia nesta sexta. O protesto contra a medida que autoriza a reeleição começou antes que ela fosse aprovada. Durante a discussão, o prédio estava cercado por forças de segurança.

Num primeiro incidente, a polícia disparou balas de borracha, gás lacrimogêneo e acionou tanques de água. Ao menos 12 pessoas ficaram feridas, a maioria por balas de borracha e golpes de cassetete, de acordo com a agência France Presse.

O presidente do Senado, Roberto Acevedo, o presidente do Partido Liberal, da oposição, Efrain Alegre, e o deputado Edgar Ortíz, também liberal, foram feridos durante os incidentes, denunciou o senador opositor Luis Wagner.

Depois da aprovação da medida no Congresso, houve mais duros confrontos entre manifestantes opositores e a polícia de choque.

Segundo a agência Efe, “várias centenas de pessoas” romperam a barreira policial, invandindo o prédio do Congresso, onde quebraram vidraças e colocaram fogo nas portas, em papéis e em cadeiras. O incêndio se espalhou, e caminhões dos bombeiros se dirigiram à Praça de Armas.

Ainda de acordo com a Efe, há vários policiais feridos, segundo a instituição.

 

Oposição denuncia “projeto ditatorial”

 

Os senadores contrários ao projeto qualificaram a votação desta sexta de “golpe parlamentar”. “É um projeto ditatorial de Horacio Cartes com a cumplicidade de Fernando Lugo, coautor deste projeto autoritário”, declarou o senador opositor Carlos Amarilla.

O presidente do congresso Acevedo denunciou na quinta-feira, na Corte Suprema de Justiça, os senadores governistas por abuso de função e atentado à ordem constitucional.

“Queremos que o plenário da Corte Suprema de Justiça declare inconstitucional este procedimento ilegal”.

“Queremos que o povo decida se quer ou não a reeleição, e não será uma minoria (parlamentar) que impedirá isto”, disse a senadora Lilian Samaniego, presidente do Partido Colorado.

O presidente do Congresso do Paraguai, Roberto Acevedo, é visto durante confronto entre manifestantes e a polícia nesta sexta-feira (31) em frente ao prédio do Congresso (Foto: REUTERS/Jorge Adorno)

Manifestante é ferido por balas de borracha nesta sexta-feira durante protesto contra aprovação da reeleição presidencial no Paraguai (Foto: REUTERS/Jorge Adorno )

Polícia disparou jatos de água contra manifestação contrária à aprovação da reeleição presidencial nesta sexta-feira (31) em Assunção (Foto: REUTERS/Jorge Adorno)

Manifestantes colocaram fogo em lixeira durante protesto contra a aprovação da reeleição presidencial no Paraguai (Foto: NORBERTO DUARTE / AFP)

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