Avião decolou de Boa Vista com destino ao Sul do país nesta terça-feira (25), na 10ª etapa de interiorização. Venezuelanos irão ficar nas cidades de Curitiba, Porto Alegre, Canoas, Esteio e Cachoeirinha.
Um voo da Força Aérea Brasileira (FB) transferiu mais 230 venezuelanos de Roraima. A aeronave decolou de Boa Vista na manhã desta terça-feira (25) levando imigrantes que irão viver no Paraná (90) e Rio Grande do Sul (140).
De Boa Vista o avião, que decolou às 8h58 (hora local), vai para Porto Alegre, onde deve chegar às 13h40, e depois a Curitiba onde o pouso está previsto para às 16h40. De lá os imigrantes serão levados de ônibus às cidades de destino.
Devem ficar 90 imigrantes em Curitiba, 70 em Porto Alegre , 21 em Canoas , nove Esteio e 40 Cachoeirinha. Com exceção da última que vai receber apenas homens sozinhos, todas as outras irão acolher famílias de imigrantes.
O embarque foi acompanhado pelo prefeito da cidade de Cachoeirinha (RS), Miki Breier (PSB) e pelo ministro de Desenvolvimento Social Alberto Beltrame. Na tarde de segunda-feira ele também esteve na entrega de 4o toneladas de leite para abrigos de refugiados sem-teto em Roraima.
“A interiorização é uma forma de aliviar a pressão aqui no estado, na capital e em Pacaraima. Ela diminui essas tensões, abre espaços nos abrigos e reduz as pessoas em situação de rua”, comentou Beltrame.
Ele disse ainda que conversou com refugiados e que entre eles o sentimento é de gratidão.
“Conversando com eles, o sentimento é a gratidão ao governo brasileiro e sobretudo ao povo brasileiro pela receptividade, pela solidariedade que todos os brasileiros, de modo geral, tem emprestado a essa situação de uma grave crise humanitária”, disse o ministro.
Esta é a 10ª etapa do processo de interiorização do Governo Federal. Até agora, 17 voos foram realizados desde abril e oito estados do país e o Distrito Federal receberam venezuelanos que migraram para Roraima em busca de melhores oportunidades de vida e trabalho. Agora já são 2.178 mil venezuelanos interiorizados.
De acordo com a Casa Civil, responsável pelo processo, todos os imigrantes têm documentação como CPF e carteira de trabalho, foram vacinados, submetidos a exames de saúde e aceitaram participar voluntariamente do processo.
A iniciativa conta com apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Para aderir à interiorização, o ACNUR identifica os venezuelanos interessados em participar e cruza informações com as vagas disponíveis e o perfil dos abrigos participantes. A agência assegura que os indivíduos estejam devidamente documentados e providencia melhoras de infraestrutura nos locais de acolhida. A OIM atua na orientação e informação prévia ao embarque, garantindo que as pessoas possam tomar uma decisão informada e consentida, sempre de forma voluntária, além de realizar o acompanhamento durante todo o transporte.
Desde 2015, Roraima recebe um número crescente de venezuelanos que fogem, principalmente, da escassez de comida e remédios. Em três anos e meio já são mais de 75 mil pedidos de refúgio residência temporária só em Roraima.
Com essa chegada inesperada de milhares de venezuelanos, 10 abrigos foram abertos em Boa Vista e na fronteira com capacidade para 5 mil pessoas. As unidades, no entanto, já estão cheias e ainda há venezuelanos em situação de rua no estado.
Em razão disso, e da crescente tensão entre brasileiros e venezuelanos, que culminou em 18 de agosto com ataques a acampamentos e a expulsão 1,2 emigrantes Pacairama, na fronteira, o governo federal decidiu agilizar a interiorização, transferindo até 400 venezuelanos por semana para fora do estado.