Pela primeira vez, o presidente perde na guerra de hashtags no Twitter
As manifestações de estudantes contra os cortes na Educação, na quarta-feira 15, representaram não só uma derrota política para o presidente (afinal, foram mais de dois milhões de brasileiros nas ruas), mas também seu primeiro revés nas redes desde que assumiu a Presidência da República. Entre os dias 10 e 15 de maio, as hashtags em prol da educação e contra os cortes representaram um fluxo maior do que aquelas em defesa do presidente, segundo levantamento da consultoria Ideia Big Data. Tal fato é inédito.
É sabido que sempre que Bolsonaro ativa sua militância nas redes, seja por meio de frases polêmicas ou ataques virtuais a pessoas, seus apoiadores sobem hashtags no Twitter (para que figurem na lista de Trending Topics) em sua defesa. O efeito prático dessa estratégia de comunicação é mostrar que as falas do presidente recebem apoio da população, ainda que não encontrem amparo na opinião pública.
No episódio do Golden Shower, em que o presidente foi amplamente criticado por divulgar um vídeo escatológico no Twitter, as hashtags em sua defesa somaram a maior parte das interações. Dessa vez, contudo, houve a primeira situação de derrota no embate virtual. As hashtags #tsunamidaeducação e #TodosPelaEducação tiveram mais de 400 mil compartilhamentos no Twitter. Outras hashtags populares foram #VamosInvadirBrasília e #15M , em referência à data dos protestos. A hashtag de contra-ataque da militância, #BolsonaroTemRazão, ficou apenas com 37 mil compartilhamentos.
O estudo também relata, citando levantamento no Google Trends, que o maior interesse dos internautas em relação ao termo Bolsonaro também incluiu a palavra “idiotas”, em referência às declarações do presidente sobre os manifestantes serem “idiotas úteis”. A métrica do Google atribui o patamar zero para o interesse mínimo em um termo e 100 para o máximo. Bolsonaro atingiu o patamar máximo assim que proferiu a declaração.