Ministério diz ter localizado 258 pacotes de sementes não solicitadas, que foram enviados a moradores de 24 estados mais o Distrito Federal. Laboratório da Agrodefesa em Goiânia está catalogando e classificando as amostras.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) fez um balanço nesta terça-feira (6) das amostras de sementes misteriosas que brasileiros receberam junto com produtos comprados na internet.
A análise identificou sementes de plantas ornamentais e frutíferas. Tem suculentas, rosas, orquídeas, limão, cerejeira e duas espécies ainda não identificadas. Todos os pacotes vieram de países asiáticos, a maioria da China, sem que o destinatário tenha pedido.
Os cientistas também descobriram a presença de ácaros, fungos, bactérias e quatro tipos de ervas daninhas que não existem no brasil.
Moradores de Goiânia e Itumbiara relataram que receberam os pacotes com sementes. Todos eles entregaram as amostras para análise do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), que fica na capital e é referência neste tipo de pesquisa.
Até o momento, 258 pacotes de sementes já foram recolhidos em 24 estados, além do Distrito Federal, e o trabalho não tem data para terminar. O laboratório está catalogando e classificando as amostras. A intenção é saber quais os riscos das sementes para a saúde e para o agronegócio.
Da investigação feita pelo ministério até agora foi identificado que:
- Sementes de 25 embalagens mostraram 3 fungos diferentes;
- 1 pacote apresentou ácaro;
- 4 embalagens com possibilidade de conter plantas daninhas não presentes no país;
- 2 pacotes com a presença de bactérias.
Especialistas alertam para risco
O diretor do departamento de Serviços Técnicos do Mapa, José Luís Vargas, diz que o alerta é máximo quando o risco é desconhecido.
“O risco, ele é desconhecido, e quando a gente trabalha com risco desconhecido, o alerta é máximo. então é isso que a gente pede pra população. Não abra esse pacote, não plante”, adverte Vargas.
Para o secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal, “pode ser um risco de intoxicação”.
“Existem sementes tóxicas. Como a gente não tem origem, não tem controle, é preciso ter precaução”, avalia o secretário.
Já o diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa de Goiás, Sérgio Paulo Coelho, pede para que a curiosidade sobre as sementes fique apenas com quem está investigando o caso.
“Não pode ser curioso. Deixa toda a curiosidade para quem tá fiscalizando, para quem tá investigando o objetivo dessas sementes estarem chegando nas residências”, observou Coelho.