Cacai Toledo e três policiais militares se tornam réus por assassinato de empresário morto a tiros

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Cacai Toledo e três policiais militares se tornam réus por assassinato de empresário morto a tiros
24-02-2024
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Investigações da Polícia Civil apontaram que Cacai foi o ‘autor intelectual’ do homicídio de Fábio Alves Escobar, tendo sido o responsável por organizar o crime. Defesa informou que fará investigação própria.

A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Goiás (MP-GO) contra três policiais militares e Carlos César Savastano Toledo, ex-presidente do DEM (atual União Brasil) conhecido como Cacai Toledo, pela  morete do empresário  Fabio Calvalcante  Assim, eles se tornam réus pelo crime de homicídio qualificado.

À TV Anhanguera, a defesa de Cacai Toledo informou não haver indícios de que ele seja o autor do crime e a investigação foi concluída sem que todos os elementos pudessem ser checados. A defesa disse que contratará investigadores para uma apuração paralela.

A decisão da Justiça foi assinada por três juízes de Anápolis na última segunda-feira (19). O crime aconteceu em junho de 2021, em Anápolis, a 55 km de Goiânia.  Não  localizamos  a defesa dos policiais Glauko Olívio de Oliveira, Thiago Marcelino Machado e Erick Pereira da Silva.

As investigações da Polícia Civil terminaram em novembro de 2023 e concluíram que Cacai foi o “autor intelectual” do homicídio de Escobar, tendo sido o responsável por organizar o crime. Além dele, os três policiais militares têm ligação direta com a morte do empresário, segundo o inquérito.

Entramos  em contato com a Polícia Militar para obter informações dos PMs, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. Não conseguimos  contato com o União Brasil (antigo Democratas) para solicitar um posicionamento sobre Cacai e as denúncias feitas por Escobar sobre supostos desvios de dinheiro na campanha de 2018.

Detalhes do indiciamento

 Carlos César Savastano Toledo, conhecido como Cacai (lado esquerdo), e o empresário morto a tiros, Fábio Alves Escobar Cavalcante (lado direito) — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Em  2023 que Cacai e 10 policiais militares foram indiciados pelo crime. Os outros PMs indiciados estão considerados envolvidos em outros sete homicídios, que teriam sido praticados para esconder provas da morte de Escobar. As investigações afirmam que detalhes foram minuciosamente pensados em todos os crimes, para dificultar o trabalho investigativo da polícia. Cacai não foi citado como envolvido na morte dessas outras sete pessoas.

“Os fatos em apuração nos presentes inquéritos foram arquitetados e planejados por indivíduos que conhecem os recursos de investigação utilizados pela Polícia Civil Judiciária”, considerou a polícia no inquérito.

Além de Escobar, também foram assassinados: Bruna Vitória Rabelo, Gabriel Santos Vital, Gustavo Lage Santana, Mikael Garcia de Faria, Bruno Chendes, Edivaldo Alves da Luz Daniel Douglas de Oliveira. Veja como cada vítima foi morta.

Motivos para matar Escobar

Cacai foi coordenador da campanha política do Democratas ao governo do estado de 2018, em Anápolis. Com a eleição de Ronaldo Caiado, ele ganhou o cargo de diretor administrativo da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). Em 2020, foi preso por suspeita de fraudes em licitações na companhia e foi exonerado do cargo.

Escobar trabalhou com Cacai durante a campanha de 2018. No ano seguinte, passou a denunciá-lo na internet por supostos desvios de dinheiro. Em um dos vídeos, Escobar mostrava o momento em que devolvia R$ 150 mil, que ele dizia ter recebido de Cacai como suborno para que ele parasse com as denúncias (assista abaixo). Para a investigação, essas desavenças motivaram o assassinato do empresário.

“O dinheiro de vocês está aqui, ninguém me compra não. Pode colocar pistoleiro, pode colocar o que for. O dinheiro que vocês me mandaram está aqui”, diz ele no vídeo.

O pai de Escobar disse em entrevista à TV Anhanguera que o filho tinha muitas informações sobre supostos desvios de dinheiro. José Escobar diz também que o filho chegou a ser ameaçado por uma pessoa ligada a Cacai.

“Essa não foi a primeira vez que o meu filho foi seguido por PMs disfarçados. Eu sempre alertei que isso ia acabar do jeito que acabou, porque ele estava mexendo com gente muito perigosa e muito endinheirada. A morte do meu filho foi encomendada por políticos, pago por políticos, acobertado por políticos”, disse o pai do empresário.

Fábio Escobar foi assassinado a tiros por dois homens, na noite do dia 23 de junho de 2021. Informações do Ministério Público de Goiás (MP-GO) são de que os criminosos estavam em um carro e usavam máscaras tipo “balaclava”. O empresário chegou a ser socorrido e levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Foragido

Cacai Toledo é considerado foragido desde o dia 16 de novembro, quando a Justiça expediu um mandado de prisão temporária contra ele. Na época, a defesa chegou a dizer que ele estava em uma viagem de negócios fora do país e que se entregaria assim que retornasse.

Testemunhas

Trecho do inquérito policial que mostra mensagem enviada por Cacai Toledo sobre o empresário Fábio Escobar (Anápolis-Goiás) — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

A TV Anhanguera teve acesso ao inquérito policial do caso de Escobar e das outras sete mortes.

Uma das testemunhas do inquérito que apura a morte de Escobar foi o ex-comandante da Rotam, coronel Benito Franco. Em depoimento, ele contou que Cacai o procurou na sede do batalhão para relatar que estava se sentindo ameaçado pelas denúncias de Escobar.

O coronel afirmou que o objetivo de Cacai era conseguir ajuda para “resolver o problema”, tendo deixado claro que a solução que queria era a morte do empresário.

“Cacai afirmou que estava com medo das ameaças de Fábio Escobar, tendo em vista desavenças pessoais e que a única forma de resolver o problema seria “só matando”. Afirmou ainda que Cacai lhe entregou um documento contendo os dados cadastrais de Fábio Escobar”, diz o inquérito.

O coronel também disse em depoimento que, quando Cacai o procurou na sede do batalhão da Rotam, estava acompanhado de Jorge Caiado, ex-chefe de gabinete do governador Ronaldo Caiado.

Jorge Caiado também prestou depoimento à polícia sobre isso. Em suas declarações, confirmou que acompanhou Cacai até a sede da Rotam para conversar com o então comandante Franco. Segundo ele, o intuito era buscar orientações sobre ameaças sofridas por Cacai. Porém, não soube dizer o teor da conversa de Cacai e o coronel.

O primo do governador também é citado no inquérito em conversas que teve com Cacai por meio de mensagens de texto no celular. A polícia conseguiu acesso às mensagens depois que a Justiça autorizou a quebra do sigilo telefônico de Cacai.

No dia 27 de fevereiro de 2020, Cacai enviou uma foto de Escobar para Jorge Caiado. Nela o empresário aparece marcado com um círculo verde. A legenda da mensagem diz: “Ele está no evento aqui em Anápolis encarando todo mundo no palanque…..Precisa de uma ação enérgica nossa”.

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