Candidata do PSL diz que assessor de ministro propôs cheque em branco em hotel

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Candidata do PSL diz que assessor de ministro propôs cheque em branco em hotel
08-03-2019
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Outra postulante a deputado federal em MG presta depoimento sobre desvios em campanha eleitoral

Uma candidata a deputada federal pelo PSL de Minas Gerais afirmou, em depoimento
ao Ministério Público Eleitoral no estado nesta quinta (7), que um assessor do ministro
Marcelo Álvaro Antônio propôs a ela a devolução de R$ 90 mil em recursos do fundo
partidário que a legenda repassaria para a sua campanha no ano passado.

Essa é a terceira candidata que apresenta denúncia sobre o esquema patrocinado pelo
ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em Minas Gerais. Presidente do PSL
mineiro, ele foi o reeleito deputado federal com a maior votação em Minas Gerais.

À Promotoria, a candidata derrotada Adriana Borges afirmou que ao se filiar ao partido
soube que 30% dos recursos do fundo seriam destinados às mulheres. No entanto,
durante a eleição não recebeu os repasses partidários, enquanto Álvaro Antônio já tinha
material de campanha nas ruas.

Cobrou ao coordenador da campanha do candidato no Vale do Aço, conhecido como
Robertinho Soares, que a chamou no dia 25 de agosto para uma reunião em um hotel na
região central da capital mineira.

Segundo ela, Robertinho afirmou que “não tinha recursos suficientes para atender a
todos os candidatos” e “precisava de parte dos recursos provenientes do fundo
partidário destinado às mulheres”.

Ele propôs, de acordo com o depoimento, o repasse de R$ 100 mil, contanto que ela
usasse R$ 10 mil desse total e devolvesse o resto em nove cheques em branco “para que
ele efetuasse os pagamentos das despesas de outros candidatos”.
Adriana Borges afirma que considerou a proposta “indecente” e viu neste momento a
“podridão da política”. Recusou a proposta, mas chegou a pedir dias depois ao menos
R$ 30 mil a Robertinho.

Inicialmente, foram repassados apenas R$ 2 mil à candidata. Adriana diz que, para sua
campanha, conseguiu R$ 20 mil registrados de Salim Mattar, ex-presidente da Localiza
e atual secretário de Privatizações do governo Jair Bolsonaro.

A candidata diz que não fez, durante a campanha, cobranças de dinheiro ao próprio
Álvaro Antônio. Afirma que ao cobrar R$ 30 mil a Robertinho, ele disse que teria que
ver “com o deputado” e passou o contato de Marcelo Álvaro Antônio a ela. Apesar disso,
Adriana disse que não ligou para o presidente do partido.

Como a Folha mostrou em reportagens publicadas desde 4 de fevereiro, um grupo de
quatro candidatas do partido recebeu R$ 279 mil, tendo tido votação ínfima. Parte desse
dinheiro voltou para empresas de pessoas ligadas ao gabinete do hoje ministro.
Uma quinta candidata, Cleuzenir Barbosa, deu depoimento ao Ministério Público em
dezembro afirmando ter sido pressionada por dois assessores de Álvaro Antônio a
devolver parte dos R$ 60 mil que recebeu da verba do PSL. Ela diz que o ministro sabia
de tudo.

Uma sexta candidata, Zuleide Oliveira, afirmou em entrevista à Folha que o atual
ministro do Turismo a chamou pessoalmente para ser uma candidata laranja na eleição
de 2018, com o compromisso de que ela devolvesse ao partido parte do dinheiro público
do fundo eleitoral (R$ 45 mil).
Essa é a primeira a implicar diretamente o hoje ministro no esquema de desvio de
dinheiro público por meio de candidaturas de laranjas do PSL, partido do presidente
Jair Bolsonaro.

O caso foi revelado pela Folha no início de fevereiro e levou à queda de Gustavo
Bebianno da Secretaria-Geral da Presidência. Polícia Federal e Ministério Público de
Minas investigam o esquema.
Procurado, Roberto Soares afirmou que o assunto virou “palhaçada” e que as acusações
são feitas sem prova.

“Isso virou palhaçada. Alguém está patrocinando essa campanha de difamação. Onde
vai parar isso? Essa senhora acusa sem prova alguma. Assim como no caso da senhora
Zuleide que sequer teve o registro homologado. Nunca houve essa conversa, nem com
essa senhora nem com qualquer outro candidato do PSL”, disse.
Ele acrescentou que tem a consciência “tranquila” e afirmou acreditar que a Justiça vai
“provar a verdade”.

“Posso te afirmar com 100% de certeza que essa senhora não tem nenhuma prova da
acusação. Lamentavelmente existe uma campanha de difamação para atingir o ministro
Marcelo Álvaro Antônio com denúncias sem fundamento. De antemão, adianto que irei
processar essa senhora por essa acusação infundada e acredito que a Justiça irá provar
no tempo certo”.

Contato: (62) 992719764
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