Dois anos após morte de ciclista, polícia diz que marido é o mandante do crime

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Dois anos após morte de ciclista, polícia diz que marido é o mandante do crime
21-12-2017
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Cibelle Silveira, de 31, foi baleada enquanto andava de bicicleta, em Goiânia. Caso era tratado como latrocínio, que é roubo seguido de morte, mas delegado diz que ela foi vítima de homicídio.

Dois anos após a morte da ciclista Cibelle de Paula Silveira, de 31 anos, baleada na cabeça enquanto pedalava pela BR-060, entre Goiânia e Abadia de Goiás, houve uma reviravolta sobre a autoria do crime. O caso foi inicialmente tratado como latrocínio, que é o roubo seguido de morte, quando um dos três presos. Chegou a confeçar em um video Porém, a Polícia Civil diz que depois obteve provas de que o marido da vítima, o advogado Eduardo de Oliveira Francisco, 33, foi o mandante do homicídio.

 tentamos  contato com o advogado Marco Sérgio, que defende Eduardo no processo, mas as ligações não foram atendidas até a última atualização desta reportagem.

No entanto, em nota enviada à TV Anhanguera, Marco Sérgio destacou que “Eduardo não cometeu o crime”. “O processo tramita em segredo de Justiça e Eduardo vai provar a sua inocência. Peço que aguardem a resposta da Justiça, acreditamos no Poder Judiciário e ele, certamente, será absolvido diante das provas dos autos”, destacou (veja a nota na íntegra no fim do texto).

 Cibelle Foi morta dia 15 Novembro de 2015 De acordo com a polícia, ela pedalava, acompanhada do marido e de um amigo, quando uma dupla se aproximou, sendo Pedro Henrique Domingos de Jesus Félix em uma motocicleta e um menor em uma bicicleta. Segundo as investigações, Pedro atirou, atingindo a cabeça da mulher.

A vítima, que era bancária, foi socorrida e levada ao Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais) do Bairro Goiá, mas já chegou sem vida. Já os acompanhantes dela saíram ilesos.

No dia 2 de dezembro daquele ano, a Polícia Militar prendeu três suspeitos pelo crime  e, na ocasião, o caso foi tratado como latrocínio. Um dos detidos, Pedro Henrique Domingos de Jesus Félix, que na época tinha 18 anos, chegou a gravar um vídeo, no qual confessou Cibelle com a ajuda de um adolescente

O inquérito policial foi concluído dez dias após o crime e remetido ao Ministério Público que, por sua vez, denunciou Pedro Henrique e o adolescente por latrocínio. O terceiro detido foi retirado do processo, pois ficou comprovado que ele não tinha envolvimento no caso.

Logo após a morte da bancária, mas . 100 ciclista fizeram uma pedalada para homenageá-la O ato aconteceu na Avenida Campos Sales, no Parque Anhanguera, região sudoeste da capital.

Reviravolta

O caso seguia tramitando no Judiciário quando, cerca de dois meses após a conclusão do inquérito, a Polícia Civil recebeu o laudo cadavérico de Cibelle. De acordo com o delegado Thiago Martimiano, que iria remeter o documento para ser anexado ao processo, lesões antigas constatadas no corpo da vítima levantaram a suspeita de que ela era vítima de espancamento.

“Abri um procedimento para apurar informações, já que o processo já estava no Judiciário. O laudo mostrava que a Cibelle tinha hematomas nas coxas, pescoço, costas. Algumas das lesões eram antigas. Aí, ouvimos o relato de amigos dela, e até colegas de trabalho, que contaram que ela sempre apresentava marcas pelo corpo, muitas vezes usava roupas de mangas compridas para escondê-las”, contou.

Na época, o delegado foi ouvir novamente Pedro Henrique, que mudou a versão inicial e contou que tinha sido contratado pelo marido da vítima para cometer o crime.

“Ele contou que o Eduardo foi até a casa dele em um Honda City branco, exatamente igual ao carro de Cibelle, e ofereceu R$ 30 mil para que ele matasse a mulher. Deste valor, o marido deu R$ 5 mil de entrada e ficou de passar o restante depois. Porém, como nunca pagou, Pedro Henrique decidiu contar a verdade”, relata.

Segundo Martimiano, Pedro Henrique também confessou que aliciou o menor, com a promessa de repassar parte do dinheiro depois. “Ouvimos também o adolescente, que confirmou toda a história. No entanto, ele nunca chegou a receber nenhuma quantia”.

Com base no laudo cadavérico e com os novos depoimentos dos suspeitos, o delegado ouviu o marido de Cibelle. “Ele negou tudo, disse que não sabia de nada disso e que ela tinha sido vítima de roubo”, contou.

O delegado reuniu as informações e apresentou ao Ministério Público, que entendeu que Cibelle foi vítima de homicídio e não de latrocínio. O caso foi, então, remetido à Vara de Crimes Dolosos contra a Vida. No fim de novembro deste ano, foram denunciados por homicídio qualificado Pedro Henrique, como o autor do tiro que matou a mulher, o adolescente, por ter participado do ato, e Eduardo, como o mandante do crime.

Pedro Henrique segue preso e o adolescente, apreendido. Já Eduardo responde ao processo em liberdade.

tentamos  contato com o Ministério Público e com o Tribunal de Justiça de Goiás, para saber sobre o andamento do processo, mas, devido ao recesso de fim de ano, as ligações não foram atendidas até a publicação desta reportagem.

Motivação

O delegado Thiago Martiminiano diz que as investigações mostraram que o relacionamento de Cibelle e o marido era conturbado. Porém, para ele, o advogado mandou matar a mulher por interesses financeiros.

“Depois da morte dela, ele recebeu cerca de R$ 50 mil do seguro de vida dela. Além disso, ela tinha uma herança, que era um dinheiro de uma indenização da morte do pai dela, que foi atropelado. Ele também ficou com o carro da mulher e ainda exigiu dinheiro da família da vítima para deixar a casa em que vivia com ela. Tudo isso mostra que ele tinha interesses”, afirmou.

Além disso, o delegado diz que Eduardo era muito ciumento. “Ele desconfiava da Cibelle, achava que ela podia ter algum relacionamento com um amigo de pedal, então, a seguiu várias vezes durante os passeios. Ela já tinha relatado aos amigos a situação e, inclusive, um dia antes de ser morta, fez uma postagem em rede social sobre violência doméstica”, disse.

Confira abaixo a nota de Marco Sérgio, advogado de Eduardo, na íntegra:

“Confirmei agora e o processo se encontra em segredo de justiça.

Assim tenho o dever de sigilo.

Mas posso adiantar o que o Eduardo autorizou falar como fala dele.

Que o Eduardo não cometeu o crime.

Foi denunciado e responde o processo como quem foi mandante do crime. O Ministério Público deu crédito a nova versão do executor do crime Pedro Henrique, desconsiderando as confissões dos acusados da prática do latrocínio anteriormente apresentada perante o delegado, diga-se de passagem os interrogatórios foram acompanhados de advogados, além das declarações dos agentes de polícia militar GRAER que diante das autoridades policiais e judiciária esclareceram que os três acusados confessaram com detalhes no momento da prisão em flagrante o crime de latrocínio.

Madson é um menor. Ronaldo tem relatórios médicos como inimputável. Ambos usaram seus mecanismo de defesa pra cumprir o crime de latrocínio de forma menos gravosa.

A estratégia da defesa do Pedro Henrique foi mudar a versão e apresentar caluniosamente outro depoimento depois de 4 meses preso. Prefere ser condenado por homicídio e não por latrocínio, pois a pena desse último é de 20 a 30 anos, e a pena do homicídio é bem menor.

Pretende a defesa do Pedro Henrique também tumultuar o processo e conseguir sua soltura pelo excesso do prazo.

O processo tramita em segredo de justiça e Eduardo vai provar a sua inocência. Peço que aguardem a resposta da justiça, acreditamos no poder judiciário e certamente será absolvido diante das provas dos autos”.

Contato: (62) 992719764
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