Ex-coronel que participou de torturas e mortes na ditadura militar é encontrado morto em Nova Iguaçu

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Ex-coronel que participou de torturas e mortes na ditadura militar é encontrado morto em Nova Iguaçu
26-04-2014
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O delegado Fábio Salvadoretti, da DHBF, informou que não havia marcas de tiros

De acordo com investigadores da Divisão de Homicídios  três homens invadiram a casa de Paulo Malhães na tarde desta quinta-feira (24). Ele ficou em poder dos bandidos de 13h às 22h, segundo o relato de testemunhas, entre elas a viúva do ex-coronel, Cristina Batista Malhães.

O delegado Fábio Salvadoretti, da DHBF, informou que não havia marcas de tiros no corpo de Paulo Malhães, apenas sinais de asfixia. A perícia foi feita no local. Policiais apreenderam na casa um rifle e uma garrucha antigas e colheram impressões digitais, que serão analisadas.

Segundo parentes de Malhães, ele morava no sítio há cerca de 30 anos. Um genro do coronel, que se identificou apenas como Nelson, disse que a família não tem ideia do que pode ter motivado a morte do militar. Ainda segundo o genro, os familiares desconheciam sua atuação durante a ditadura.”Aquilo foi uma surpresa para a gente. Não sabíamos que ele tinha sido um torturador. Ficamos sabendo pela televisão, e depois disso nunca nos sentimos à vontade para perguntar. Ele sempre foi muito reservado, e nunca comentou nada. Também não sabíamos se estava sendo ameaçado”, relatou Nelson

Confissão sobre torturas

Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade (CNV), há exatamente um mês, Malhães confessou ter se envolvido em torturas, mortes e ocultação de corpo de vítimas da ditadura. Foi a primeira vez que o coronel assumiu, em público, que fez parte da equipe de repressão que operou, nos anos 1970, na Casa da Morte, que funcionava em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Malhães detalhou como a repressão fazia para impedir a identificação daqueles que eram mortos. De acordo com o coronel reformado, os dentes da pessoa eram quebrados e os dedos, cortados. Assim, não era possível fazer a identificação pela arcada dentária e as digitais, já que na época não havia exame de DNA.

O militar admitiu ainda, em seu depoimento, ter recebido uma ordem de seu comando para ocultar o corpo do ex-deputado Rubens Paiva. Malhães alegou, porém, que a operação foi executada por outro oficial do Centro de Informações do Exército (CIE).

 

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