Felipe Ximenes evita protagonismo na missão de reerguer o futebol do Goiás

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Felipe Ximenes evita protagonismo na missão de reerguer o futebol do Goiás
12-12-2015
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Mesmo apontado pela diretoria como fio condutor da reformulação do clube, executivo fala em trabalho em equipe; veja os principais tópicos da apresentação do novo gestor

Embora a própria diretoria do Goiás atribua a Felipe Ximenes o papel de protagonista no processo de reformulação e profissionalização do clube, o novo gestor evita o status de salvador da pátria. Contratado para o cargo de diretor executivo de futebol, Ximenes assume o posto que em 2015 pertenceu a Harlei em um ano trágico para o Alviverde, mas não promete milagres.

Apresentado na tarde de sexta-feira, Felipe Ximenes comentou vários tópicos de relevo no atual panorama do Goiás, que mira um 2016 distinto. O executivo terá o técnico Enderson Moreira a seu lado e espera cooperação dos diversos setores do clube para reerguê-lo. Em sua visão, o primeiro passo é não concentrar sucesso ou fracasso na figura de uma única pessoa.

– Algo que me preocupa muito ao se falar em profissionalização do esporte é começar a dar uma importância muito grande a determinadas pessoas e funções. Futebol é um esporte. O fato de profissionalizar o departamento não é garantia de sucesso ou conquista. Faço parte de uma nova geração de diretores executivos, mas isso é só uma terminologia. Nós trabalhamos com várias disciplinas inseridas no esporte nos últimos 20 anos. Mas garantia de sucesso é trabalho duro, árduo e, principalmente, trabalho em equipe. Gestor de futebol é algo muito mais profundo do que apenas contratar jogador e montar um elenco. Tenho certeza de que vou errar. Mas garanto que vou procurar errar o mínimo possível. Só peço que tiremos um pouco esse peso das costas do diretor e dessa função. Queremos estruturar um trabalho sustentável e que possa reconduzir o Goiás ao caminho das conquistas – analisa o dirigente.

Confira os principais trechos da entrevista de apresentação de Ximenes:

Sai Harlei, entre Ximenes

– Não estou vindo para tomar o espaço do Harlei. Ninguém tem condição de tomar o espaço do maior ídolo de um clube. Seria uma pretensão muito grande querer substituir uma pessoa da envergadura do Harlei. Não acredito de forma alguma que ele foi o principal responsável pelo rebaixamento do Goiás. Não acredito sequer que a imagem dele ficou arranhada. O mínimo que devemos ter é respeito com um jogador que, nos dias de hoje, vestiu a camisa de um clube mais de 800 vezes na carreira. Não consigo me imaginar iniciando o trabalho à frente do Goiás sem conversar com o Harlei. Só ainda não o fiz porque não tive tempo.

Insucesso nos trabalhos recentes

– Na minha vida inteira, sempre aprendi mais com as derrotas que tive do que com os títulos que conquistei. Acho que o aprendizado com as coisas que não dão certo é muito maior. Existe muito resultado na vida que encoberta trabalhos ruins e vice-versa. Não tirando minha parte de responsabilidade no Criciúma, mas lá fiz apenas um trabalho de consultoria. O dono do clube estava preparando-o para ser vendido, como foi no final do ano.

Enderson Moreira

– Desde o primeiro momento, o presidente demonstrou interesse no trabalho do Enderson, pela história e pelo que ele já fez no Goiás. Foi um nome de consenso. A negociação foi rápida, pois ele teve o mesmo interesse grande de voltar ao Goiás. A partir de segunda-feira já começamos a trabalhar de forma intensa. Nós dois somos mineiros. Se não me engano, ele se formou na Universidade Federal de Viçosa (UFV) e eu na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Tive a felicidade de conhecê-lo em uma passagem pelo Cruzeiro. Apesar de ser jovem, o Enderson já tem quase 20 anos como treinador. Lembro que indiquei ele para o Fluminense em 2011. Lá ele fez um belo trabalho, veio para o Goiás e sua carreira deslanchou.

Série B

– É óbvio que o Goiás precisa entrar no Brasileiro se considerando grande perante esse campeonato. Goiás e Vasco são as duas maiores potências da Série B em 2016, acompanhados pelo Bahia, que acabou não subindo. Mas não podemos ficar nos apoiando em orçamentos grandes ou pequenos para justificar campanhas. Tem que entrar em campo para tentar ganhar. Mas é claro que o nível de cobrança acaba sendo do tamanho do clube e eu tenho conhecimento da grandeza do Goiás.

Forma de trabalho

– Hoje um departamento de futebol tem inúmeros saberes, que envolvem preparadores físicos, fisioterapeutas, fisiologistas, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, advogados e por aí vai. Fazer com que essas disciplinas trabalhem em harmonia e rendam o máximo possível é a função mais importante de um gestor. De 20 anos para cá, vemos um enfraquecimento dos clubes. As pessoas estão ficando mais importantes que o clube e isso chega na categoria de base. Os jovens crescem sonhando em jogar na Europa. Então, outro desafio que considero importante é unificar base e futebol profissional de uma forma eficaz. Nosso trabalho não pode ser reduzido apenas em contratar ou dispensar jogadores no clube. Vai muito além disso.

Tenho uma dificuldade muito grande em entender a diferença entre futebol de base e futebol profissional. Não enxergo essa divisão. Futebol é futebol, em suas diversas categorias. Precisamos integrar essas categorias como um todo. Esse é um ponto primordial pare revelar bons jogadores. A fase inicial do trabalho será de diagnóstico. Claro que tenho meus conceitos muito firmes, mas há muita coisa boa aqui no Goiás para aproveitar e pretendo me adaptar logo.

Liderança

– Não quero comandar nada. Não gosto desse termo. Quero liderar pessoas. E para isso é preciso ter humildade. Sou muito pequeno perante a instituição. Tenho a esperança de ser admirado um dia e a pretensão de poder liderar um grupo de trabalho. É uma missão difícil.

Reformulação do elenco

– Já começamos o trabalho ontem com as primeiras conversas que tivemos. Conversei com o Orisley (santos, gerente de futebol), que me passou um raio-x muito bem feito da situação dos atletas. Jogadores que podem subir da base, jogadores que podem ser emprestados, que ficam sem contrato… O trabalho tem que ser feito em equipe, nunca por uma só pessoa. Quem contrata atletas é o clube, mas claro que passando pelo crivo do treinador.

Felipe Ximenes, diretor executivo de futebol do Goiás (Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás E.C.)

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